• Avião que caiu é da Voepass, antiga Passaredo, que já enfrentou recuperação judicial

  • 09/ago 19:00
    Por Beatriz Bulla e Luciana Dyniewicz / Estadão

    O avião que caiu nesta sexta-feira, 9, em Vinhedo, São Paulo, é da companhia aérea Voepass, antiga Passaredo. A empresa brasileira tem sede em Ribeirão Preto e atua em 47 cidades, segundo site da Latam, com quem a Voepass tem parceria para compartilhar voos e alcançar destinos mais remotos do País.

    O dono da companhia é o Comandante José Luiz Felício Filho. Ele é filho do fundador da Passaredo (José Luiz Felício, que morreu no ano passado).

    Felício fundou a Viação Passaredo em 1978 e, quase duas décadas depois, em 1995, criou a Passaredo, empresa aérea. Ele presidiu a companhia até 2002, quando passou o controle para o filho.

    A história recente da aérea é de idas e vindas entre negociações empresariais. A Passaredo entrou em 2012 com processo de recuperação judicial na tentativa de sanar uma dívida estimada em R$ 150 milhões.

    Em 2017, chegou a negociar a transferência do controle de seu capital para o Grupo Itapemirim, de transporte rodoviário, que também enfrentou recuperação judicial. A venda, no entanto, foi cancelada no mesmo ano.

    Em 2019, a companhia mudou de nome para Voepass após a compra da MAP, empresa aérea de transporte regional que atuava na região norte do País. O negócio foi fechado em meio à crise da Avianca Brasil.

    Após quebrar, a Avianca havia perdido seus horários de pousos e decolagens (os chamados slots) em Congonhas, o aeroporto mais disputado do Brasil. A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) distribuiu, então, os slots da Avianca no terminal. Voepass ficou 14 e MAP recebeu 12. Posteriormente, a MAP foi vendida para a GOL.

    Em junho deste ano, a Voepass deteve 0,5% do mercado brasileiro de transporte aéreo, sendo a quarta maior empresa do setor, após Latam (39,6%), Azul (31%) e GOL (28,8%). No fim do ano passado, a companha tinha 859 funcionários, sendo 131 pilotos e tripulantes, e dez aviões fabricados pela francesa ATR .

    Em número de voos domésticos, a Voepass havia sido, em 2023, a empresa a registrar o maior crescimento, com 22%. Latam, Gol e Azul ficaram na sequência, com 13%, 10% e 3%, respectivamente. Em 2019 (último dado disponibilizado pela Anac), a companhia teve prejuízo de R$ 27 milhões.

    Além do avião, a operação do voo era realizada pela VoePass. A LATAM comercializa a venda de passagens. Procurada, a Latam disse que cabe à VoePass se manifestar.

    Através do seu site, a VoePass informou que “acionou todos os meios para apoiar os envolvidos”. “Não há ainda confirmação de como ocorreu o acidente e nem da situação atual das pessoas que estavam a bordo. A Companhia está prestando, pelo telefone 0800 9419712, disponível 24h, informações a todos os seus passageiros, familiares e colaboradores. A VOEPASS Linhas Aéreas informa que a aeronave PS-VPB, ATR-72, do voo 2283, decolou de CAC sem nenhuma restrição operacional, com todos os seus sistemas aptos para a realização do voo”, diz a empresa, em nota publicada no seu site.

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