Justiça vai decidir se jovem que matou a mãe com a ajuda do namorado vai à júri popular
Depois de mais de 12 horas de audiência, o juiz Luiz Cláudio Rocha, da 1ª Vara Criminal, concluiu a etapa de checagem de depoimentos de testemunhas e do casal Paloma Botelho Vasconcelos, de 21 anos, e Gabriel Molter Neves, de 26 anos, no caso da morte da comerciante Dircilene Botelho Garcia, de 51 anos, mãe da jovem, em outubro do ano passado. A mulher foi encontrada morta em casa, no Bingen, e, após o sepultamento, o marido descobriu, por imagens registradas por uma câmera de segurança instalada no quarto do casal, que ela tinha sido assassinada. As imagens mostraram a movimentação de Paloma e de Gabriel, que chegaram a arrastar o corpo para limpá-lo e evitar que o crime fosse descoberto.
Na audiência, Paloma reafirmou ter matado a mãe e deu detalhes sobre o crime. Acrescentou que já tinha planejado matá-la de outras maneiras, mas não tinha conseguido concretizar o plano. Gabriel, por sua vez, que prestou depoimento já no fim da noite, negou participação no homicídio, mas confirmou ter ajudado a namorada tanto antes quanto depois do crime. A audiência terminou na madrugada de hoje. Agora defesa e acusação terão prazo para protocolar petições com as alegações de cada um, para que o juiz defina se os dois serão levados a júri popular.
Relembre o caso
Dircilene foi morta dentro do próprio quarto depois de quase 40 minutos sendo agredida pela filha e o namorado. O casal usou formol para provocar o desmaio da vítima. Paloma também usou sacos plásticos e chegou a usar uma injeção de ar para tentar matar a mãe. Para atrair a Dircilene, a jovem mentiu dizendo que faria “massagem” nela e pediu que a comerciante deitasse na cama, momento em que o namorado, que estava escondido na casa, entrou no quarto para ajudar no crime.
Paloma e Gabriel não sabiam das câmeras. Segundo a polícia, os equipamentos foram instalados em concordância de Dircilene e o marido após perceberem o sumiço de dinheiro. Em entrevista à Tribuna dias após o crime, a jovem confessou todo o crime e disse que já havia tentado matar a mãe outras vezes. Ela alegou depressão e brigas entre o namorado e a comerciante, que não aceitava o relacionamento.
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Para confirmar o assassinato, o corpo de Dircilene teve que ser exumado e o laudo da necrópsia indicou a morte por asfixia mecânica. A comerciante também tinha marcas de violência. As imagens das câmeras instaladas no quarto da vítima também ajudaram a solucionar o crime. Elas mostravam Paloma e Gabriel dentro do cômodo no momento do assassinato. O casal foi preso dias depois da exumação. Eles foram levados para a penitenciária na cidade do Rio de Janeiro, onde aguardam o julgamento.