Brasil iguala Pequim e Londres, mas recorde de ouros e medalhas fica improvável em Paris-2024
Depois de chegar a Paris mirando o recorde de medalhas em uma Olimpíada, o Brasil igualou as marcas de Pequim-2008 e Londres-2012. Por outro lado, é improvável que a delegação brasileira bata o recorde de ouros e de pódios conquistados em uma mesma edição olímpica.
Com 15 medalhas conquistadas até o momento, o Brasil já tem garantidas outras duas no futebol feminino e no vôlei de praia, totalizando 17 conquistas e igualando o desempenho em Pequim-2008 e Londres-2012.
Neste século, Atenas-2004 registrou o menor número de pódios do Brasil. Foram 10 medalhas (cinco de ouro, dois de prata e três de bronze). Desde então, o País vive uma crescente. Para igualar o recorde de 21 medalhas de Tóquio-2020, disputado em 2021, o time brasileiro precisa de mais quatro – já contabilizando os pódios no futebol feminino e vôlei de praia, que restam saber a ‘cor’ da conquista.
A marca de medalhas não deve ser superada, em função dos poucos dias que faltam até a cerimônia de encerramento e as modalidades que o Brasil ainda disputará e possui chances reais de pódio. Quando chegou à segunda semana de Jogos, o COB estava no mesmo ritmo de conquistas de Tóquio, mas perdeu fôlego após quedas no vôlei e vôlei de praia masculinos, além de outras modalidades individuais, como a maratona aquática, com Ana Marcela Cunha, e o tênis de mesa, com Hugo Calderano.
Além disso, o Brasil conquistou somente duas medalhas de ouro até aqui, com Rebeca Andrade (solo da ginástica artística) e Beatriz Souza (judô). Se permanecer apenas com esses dois pódios, será a menor marca desde Sydney-2000, no qual o País passou zerado em ouros. O futebol feminino, na final, está a uma vitória de conquistar o ouro e impedir o feito negativo.
Ginástica artística e judô, com quatro medalhas cada, são as modalidades que mais conquistaram pódios para o País nesta Olimpíada. Já a vela, sem medalhistas, teve o pior desempenho desde 1992. Esses contrastes ajudam a explicar porque o Brasil, ainda que perto de superar suas marcas, pode ter sua pior Olimpíada desde Atenas-2004.
QUEM AINDA PODE GANHAR MEDALHA PARA O BRASIL
Nesta reta final de Paris, as maiores chances de pódio estão com o vôlei feminino, o vôlei de praia (que já está na final), canoagem e atletismo. Se todas essas modalidades renderem vitórias para o Brasil, a delegação irá superar a marca de Rio-2016 – e amenizar a sensação de insucesso.
No vôlei de praia, Ana Patrícia e Duda venceram as australianas Taliqua Clancy e Mariafe Artacho del Solar na semifinal nesta quinta-feira e garantiram mais um pódio para o Brasil.
A derrota para os Estados Unidos na semifinal por 3 sets a 2 faz com que a seleção, comandada por José Roberto Guimarães, dispute o bronze contra a Turquia.
Canoagem e atletismo são duas potenciais medalhas, mas que os representantes brasileiros não passam por boa fase. Isaquias Queiroz, porta-bandeira em Paris e maior medalhista olímpico do Brasil em uma edição de Jogos até as conquistas de Rebeca, disputa a final do C1, mas chega após derrota no C2, ao lado de Jacky Goodmann. “É complicado”, afirmou Isaquias, bastante ofegante e abatido, à TV Globo. “Quero me recuperar o mais rápido possível. É um resultado péssimo.”
Já no atletismo, Alison dos Santos, o Piu, é finalista nos 400m com barreiras, mas passou no sufoco pela semifinal, após terminar em terceiro de sua bateria. No geral, teve o quarto melhor tempo dentre os finalistas; em Tóquio, ficou com a medalha de bronze – melhor resultado de um brasileiro na prova.
QUEM PODE SURPREENDER?
Além das quatro modalidades citadas, o Brasil tem outros candidatos em decisões nesses últimos dias de Jogos – e que podem garantir ao menos um triunfo para o País. Almir dos Santos está na final do salto triplo e Guilherme Costa, o Cachorrão, compete na maratona aquática. Os dois disputam nesta sexta-feira.