Dissídio dos servidores municipais esquecido pela prefeitura
A legislação proíbe que, no período de 180 dias antes das eleições até o dia da posse dos candidatos eleitos, haja aumento de remuneração para o funcionalismo público, a fim de evitar que o eleitor seja influenciado. Porém, ela permite a recomposição da perda do poder aquisitivo do servidor, calculada com base na inflação. Ou seja, pode não haver ganho real, mas recuperar perdas inflacionárias tá liberado.
Nem tocou no assunto
Porém, este ano, a prefeitura ignorou o dissídio coletivo dos servidores públicos municipais – 12 mil na ativa, pensionistas e aposentados. Bomtempo foi às redes sociais comemorar que recebeu R$ 98 milhões de ICMS e garantiu o pagamento da folha e de 50% do décimo terceiro salário, mas nem tocou no assunto do dissídio dos servidores.
Avisa, lá!
Peraí! Tem candidato a prefeito requentando a simulação de ter sido muito atacado nas redes sociais (não pelos maus feitos, mas por maledicência dos adversários que estão “desesperados”) para se vitimizar de novo e aparecer. Mas, cola ainda?
Contrastes
Tem vereador com mega campanha, como se fosse a prefeito, e tem candidato a prefeito fazendo campanha de vereador.
CPTrans
No ano passado, a prefeitura fez repasses à CPTrans que resultaram em quase R$ 25 milhões. Isso, em um dos anos mais críticos do sistema de transporte, que estava deficitário, com um trânsito sem obras de mobilidade, sem fiscalização e sem qualquer ordenamento. Este ano, a gestão Bomtempo já destinou quase R$ 10 milhões à companhia, e os resultados na prática são os mesmos do ano passado.
Contagem
Petrópolis está há 1 ano e 85 dias sem os 100% da frota de ônibus nas ruas depois do incêndio na garagem das empresas.
Emergenciais continuam
Como vocês acompanharam pelas páginas de Cidade da Tribuna, a Justiça liberou que a prefeitura dê continuidade à licitação que terceiriza 1,2 mil funcionários para a Educação, com um custo de R$ 64 milhões por ano. Passados três anos desde que a prática foi instituída com contratos emergenciais, até hoje não se viu o teor desses contratos, porque nunca foram tornados públicos no Portal da Transparência da prefeitura. O primeiro foi feito na gestão interina de Hingo Hammes, com valor de R$ 46 milhões. O segundo foi com a Capital Ambiental, agora no governo Bomtempo, que começou com R$ 27,7 milhões. Depois, foi renovado por R$ 34,8 milhões e mais adiante por R$ 46,7 milhões.
Concurso insuficiente
O concurso público da Educação foi realizado em dezembro de 2022 e previu o preenchimento de pouco mais de 700 cargos. A meta era levar a maioria, cerca de 1,2 mil funções, para a terceirização. Um modelo que é praticamente um RPA, só que com a intermediação de uma empresa, se é que me entendem.
Tudo igual
Mas, como dissemos, a licitação foi interrompida, os cargos continuaram via RPA, e os concursados cobram a convocação. Muitos aprovados até hoje não foram chamados. Os cargos de secretários escolares e de educadores, por exemplo, ainda continuam com RPAs ou terceirizados, via contrato emergencial renovado sucessivamente.
Pressão
Pressionado, o prefeito Bomtempo anunciou a convocação de 105 concursados. Ele ainda afirmou que estava ciente do “gargalo” na educação, mas não explicou por que, mesmo sabendo disso, demorou para convocar os concursados.
Ideologia
Na política é sempre tudo junto e misturado. Eis que os socialistas do PSB, no Rio, apoiam Eduardo Paes, do PSD, à reeleição. Aqui, o PSD, comandando por Hugo Leal (que sempre teve um crush em Bomtempo, que é do PSB) vai de Hingo Hammes, um dos nomes que quer tirar o prefeito do assento.
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