• Eleição de conselho que opina sobre aumento da tarifa de ônibus vai parar na Justiça

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  • 02/ago 08:45
    Por Wellington Daniel

    Representantes da sociedade civil do Conselho Municipal de Trânsito e Transportes (Comutran) estiveram, nesta quinta-feira (01), na 4ª Vara Cível de Petrópolis, para apresentar novas contestações contra a eleição para a composição do grupo, que ocorreu na quarta (31). Os conselheiros complementam uma ação do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), que já questionava a data do pleito. Uma audiência especial deve ser marcada para debater o tema.

    O Comutran é o conselho que dá parecer sobre o aumento da tarifa de ônibus. Na eleição de quarta, foram escolhidos os 11 membros da sociedade civil, em substituição à chapa atual. Os conselheiros relatam que funcionários da Prefeitura votaram em horário de trabalho e, ainda, apontam vídeo de rodoviários da Turp chegando ao pleito em um microônibus da empresa. Além disso, os novos eleitos teriam ligação com o governo municipal.

    “Os conselheiros da sociedade civil representam a população lá dentro para votar contra o aumento de ônibus abusivo, contra os ônibus sucateados. Colocaram a eleição em um dia de semana, em um horário absurdo”, afirmou o conselheiro bispo Robson Martins. “Estamos reclamando que não foi uma coisa igualitária”.

    Na petição inicial, o MPRJ solicitou a transferência da votação para o sábado (03), bem como questionou a aprovação do pleito em uma quarta-feira, com cadeiras vazias na composição do Comutran. Também apontou que, nos dois anos anteriores, a eleição foi realizada no final de semana.

    A chapa, que contesta o dia em que foi realizada, foi eleita no ano passado com mandato válido até o dia 8. Durante o período em que estiveram no conselho, foram feitos levantamentos das quebras e problemas no transporte público, o que causou pressão no governo para atitudes mais severas contra a Cascatinha e Petro Ita.

    As ações foram acompanhadas pelos gabinetes dos vereadores Hingo Hammes (PP) e Júlia Casamasso (PSOL), que também são conselheiros.

    Em julho, a Câmara Municipal também aprovou uma lei, de autoria do vereador Hingo Hammes, que prevê a paridade de cadeiras no conselho. Hoje, a maior parte pertence às empresas de ônibus e o governo. Além disso, representantes da sociedade civil também poderão assumir a presidência do Comutran. Até o momento, o prefeito Rubens Bomtempo (PSB) ainda não sancionou o texto.

    Em nota, o Setranspetro informou que alguns colaboradores que trabalham nas empresas de ônibus e, por consequência, se interessam em assuntos relacionados à mobilidade urbana e sistema de transporte, e também são cidadãos petropolitanos, se inscreveram para participar da eleição. O transporte teria sido oferecido em razão da distância das garagens ao Centro Histórico.

    “O Setranspetro destaca que todo o cidadão, independentemente do local que trabalha, tem direito à manifestação democrática do voto, sem qualquer vedação”, diz a nota.

    Procurada, a Prefeitura não respondeu até a última atualização.

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