Exportação brasileira para Liga Árabe cresce 25,8% no 1º semestre, a US$ 11,217 bi
As exportações brasileiras para os países da Liga Árabe aumentaram 25,8% no primeiro semestre de 2024, para US$ 11,217 bilhões, segundo levantamento da Câmara de Comércio Árabe-Brasileira. Em nota, a câmara destacou que a expansão ficou bem acima da alta dos embarques totais do Brasil no período, de 1,4%, para US$ 167,608 bilhões.
Segundo o secretário-geral da Câmara, Tamer Mansour, o aumento da exportação para a Liga Árabe demonstra a resiliência econômica da região, especialmente nos países do Golfo, que continuam investindo na transição para uma economia pós-petróleo.
Mansour alerta, no entanto, para a baixa participação do Brasil em segmentos de valor agregado, citando o exemplo do açúcar exportado para os Emirados Árabes, onde é refinado e reexportado, e do gado vivo, que serve de matéria-prima para frigoríficos locais.
“Alguns países têm enfrentado essa situação estabelecendo subsídios para a produção de valor agregado, assim como já é feito no financiamento do agronegócio, vendo nesse esforço um investimento na própria competitividade”, disse, na nota.
Mansour destacou, ainda, o impacto positivo das recentes iniciativas diplomáticas brasileiras nos países do Golfo, criando um ambiente favorável a investimentos bilaterais. Exemplos dessa cooperação incluem a possível venda do cargueiro KC 390 da Embraer para a Arábia Saudita, com transferência de parte da fabricação para o país, e a exportação crescente de derivados petroquímicos pela Refinaria Mataripe, adquirida pelo fundo Mubadala.
Outras parcerias importantes mencionadas são a joint venture da BRF na Arábia Saudita para atuar no mercado de alimentos halal, a fábrica de empanados de frango da JBS em Jeddah e o investimento da Nebras Power do Catar na produção de energia verde no Brasil, em parceria com a CEI Energética.
“O Brasil está conseguindo ampliar a exportação de valor agregado também por conta dessas parcerias, que devem se intensificar daqui para frente, inclusive, de forma cada vez mais recíproca, ou seja, nos dois lados da relação bilateral”, afirmou Mansour.