• Revitalização do Teatro Imperial traz mais modernidade e potencialidade ao espaço

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  • 20/jul 13:10
    Por Maria Julia Souza

    Inaugurado em novembro do ano passado, após uma revitalização completa, o Teatro Imperial trouxe à tona uma nova fase do espaço. O projeto de recuperação do local foi uma iniciativa da Natureza Produções, que está à frente da gestão do espaço desde 2021, e que tem como sócios o gestor cultural, Paulo Lopez, e a atriz Sabrina Korgut. 

    Sabrina Korgut e Paulo Lopez.
    Foto: Ezio Philot

    “Eu tenho muito orgulho de poder ter participado amplamente da reforma desse espaço, hoje fazendo a sua gestão, propondo cultura para Petrópolis, para o petropolitano e para o turista que vem à cidade. Isso, dentro de um equipamento histórico na cidade, que hoje oferece todas as condições, tanto técnicas para produções virem para Petrópolis, quanto confortáveis para o público”, disse Paulo Lopez, um dos gestores do teatro.

    Revitalização

    Fundado em 1955, o local é um dos mais antigos e importantes espaços culturais de Petrópolis. Inicialmente, se chamava Teatro Santa Cecília, depois, passou a se chamar Cine Art Palacio, passando para Cine-Teatro Santa Cecília e, por fim, para Teatro Santa Cecília, novamente.

    O petropolitano Paulo Lopez, formado em Gestão Cultural, conta que já tinha reformado e administrado outros espaços culturais no Rio de Janeiro e que, no período da pandemia, retornou para Petrópolis e, já conhecendo o espaço, viu uma forma de trazer sua experiência e conhecimento para a Cidade Imperial.

    “De alguma forma vendo esse equipamento que estava meio que parado, sem uso, eu já percebi que ele estava muito tempo sem sua característica principal, que é propor cultura, projetos e arte. Em um primeiro momento, veio esse pensamento, ‘poxa, pode ser uma oportunidade interessante’. E aí, eu e a Sabrina Korgut, que é a minha sócia, viemos e nos apresentamos para a direção da Escola de Música Santa Cecília, e apresentamos um projeto para arrendar o espaço, buscar recursos via leis de incentivo à cultura e revitalizá-lo, preservando a característica arquitetônica dele, mas trazendo modernidade no sentido técnico”, contou Paulo.

    Fotos: Maria Julia Souza

    Paulo explica que a iniciativa era que o local pudesse receber espetáculos que passam por todo o Brasil e que, naquele momento, não tinha condições de recebê-los, devido à sua incapacidade técnica.

    “É importante Petrópolis estar nessa rota de cultura, mas, para isso, precisava de um espaço que reunisse condições e tamanho. Ele já tinha essa característica, tinha um tamanho muito bom, uma boa localização, mas o que faltava era realmente o olhar de alguém, de um grupo, que tivesse conhecimento do que fazer com ele. Trazer essa mudança e investimento, e fazer com que ele se tornasse novamente atrativo e interessante”, explicou.

    Reformas

    Paulo explica que o local passou por uma reforma completa em sua elétrica e hidráulica, obras nos camarins, reformas nos banheiros já existentes e construção de novos. Além disso, também foram realizadas adequações para o acesso de pessoas com mobilidade reduzida e cadeirantes. Também foram reformadas todas as 600 cadeiras existentes no local, além dos assentos e a instalação de uma mecânica cênica que não existia no espaço. O teatro também conta com um sistema contra incêndio e pânico.

    “Hoje, na plateia superior, tem banheiro, tanto feminino, quanto masculino e também temos banheiro acessível. Então, nós fizemos uma obra de acessibilidade no espaço, permitindo que pessoas com mobilidade reduzida e cadeirantes tenham acesso ao teatro”, explicou Paulo.

    Fotos: Maria Julia Souza

    Paulo conta que o teatro não possuía mecânica cênica e que uma empresa do Rio de Janeiro realizou a instalação.

    “Nós também fizemos uma reforma dessa parte, todas as vestimentas cênicas. Ou seja, as cortinas, bandolinas, etc. Basicamente, ele preserva as suas características, mas apresenta um novo teatro e com toda a potencialidade que ele deve ter”, ressaltou.

    Mudança no nome

    O gestor cultural conta ainda o motivo da alteração do nome do local, que anteriormente se chamava Teatro Santa Cecília.

    “Quando você trabalha em um ambiente corporativo, você tem que ter algumas condições para que você possa fazer toda a organização, desde empresa, CNPJ, marcas e patentes. E a marca Teatro Santa Cecília não pertence à Natureza Produções, que é a responsável pelo teatro. Então propomos um novo nome, mas ao mesmo tempo um [nome] que remetesse diretamente a Petrópolis, diretamente à cidade, por isso Teatro Imperial”, contou.

    Média de público

    Paulo conta que estima que cerca de 20 mil pessoas já passaram pelo teatro, desde a sua inauguração, que irá completar oito meses.

    Foto: Ezio Philot

    “A gente trouxe muitos espetáculos, e muitos [espetáculos] com lotação esgotada. A gente oferece espetáculos semanalmente. Alguns finais de semana têm dois ou três diferentes. Hoje, nós temos cinema também. Então, tem um número bem significativo de pessoas que já passaram por aqui. Mas eu acho pouco. Acho que tem que ter muito mais, porque eu quero trazer mais espetáculos e ocupar mais dias ainda”, contou.

    Cinema

    Há três meses, também foi inaugurado o Cine Teatro Imperial. Paulo conta que, pontualmente, são apresentadas sessões de cinema, com um longa metragem já sendo disponibilizado no próximo fim de semana. Ele ressalta ainda que o objetivo é que o espaço tenha, além das atividades já existentes, mais um segmento artístico, que é o cinema.

    “Durante a reforma, a gente tinha um projeto, era muita coisa que precisava fazer. E aí, a cabine de projeção ainda existia. Nela, já haviam duas máquinas antigas, de 35mm, que era o formato de filme que se passava até 2013 ou 2014. Hoje, são os projetores digitais. E aí, escrevemos um projeto na Lei Paulo Gustavo, fomos avaliados e classificados, e conseguimos reformar a cabine de projeção e os projetores em 35mm”, contou.

    Fotos: Maria Julia Souza

    Projetos futuros

    O petropolitano conta que, a partir de setembro, o local também irá oferecer cursos e oficinas. Além disso, também existe um projeto de leitura dramatizada, focado em grupos teatrais amadores ou profissionais de Petrópolis. O espaço também terá um café no hall do teatro.

    “De modo que eles [grupos teatrais] possam trazer textos já existentes ou inéditos e se apresentar no palco do teatro para o público de forma gratuita”, contou Paulo.

    A revitalização do espaço foi patrocinada pela Enel Distribuição Rio e pela Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa, por meio da Lei Estadual de Incentivo à Cultura.

    “E eu destaco que isso [a revitalização] foi muito possível, e é possível para outros equipamentos da cidade. Equipamentos, espaços e prédios históricos. Então, quanto mais a gente passar essa informação, melhor”, finalizou Paulo.

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