Lula elogia Galípolo, mas diz que não conversou com diretor sobre presidência do BC
O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, disse que o diretor de Política Monetária do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, tem “todas as condições” para ser o novo presidente da instituição monetária. Na avaliação de Lula, Galípolo é um “menino de ouro”, competente e honesto.
“Se tem um menino de ouro, é o Galípolo. Competentíssimo, de uma honestidade ímpar”, falou o presidente em entrevista à Rádio Itatiaia, nesta quinta-feira, 27. “Obviamente que ele tem todas as condições para a presidência do BC.”
Lula, contudo, afirmou nunca ter conversado com Galípolo sobre a indicação ao cargo. O chefe do Executivo disse não ter “pressa” para fazer a indicação, mas destacou que ela precisa ser alinhada com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), para que haja uma tramitação rápida do nome. “Eu também não quero indicar a pessoa para ela ficar sendo alvo de tiroteio a vida inteira, capaz de morrer antes de tomar posse. Quero fazer o jogo combinado. Eu pensei na pessoa, vou conversar com o Senado, dá pra indicar? Indicar, votar e pronto”, disse.
Apesar de não ter pressa, o presidente pontuou que a indicação do novo nome ao BC pode “baixar a bola” do atual presidente da instituição, Roberto Campos Neto, a quem reiterou críticas.
Lula avalia que o atual presidente do BC “enveredou para um caminho equivocado”. “Vou indicar uma pessoa que, primeiro, entenda muito de política monetária e, segundo, que seja uma pessoa que goste do Brasil, que tenha compromisso com o Brasil, com o povo brasileiro”, classificou. Na avaliação de Lula, o cargo é tão responsável “que não dá para o cara fazer bobagem, cometer erro”.
O nome a ser indicado, segundo o chefe do Executivo, será de uma pessoa digna e que “não vai brincar em serviço, vai ser sério”. “Na hora que disserem que tem que aumentar taxa de juros porque tem que aumentar, ele tem que explicar o porquê vai aumentar. Na hora que tiver que baixar, também tem que explicar o porquê tem que baixar”, comentou. “Acho que a situação do país está efetivamente com disposição para redução da taxa de juros.”
Lula aproveitou para criticar a forma como se dá a indicação do presidente do BC. “Veja que absurdo. Eu ganhei eleições para a presidência da República e vou ficar dois anos com presidente do Banco Central indicado pelo adversário, que pensa ideologicamente ou diferente de mim, que pensa economicamente diferente de mim”, disse.
“E ainda antes de sair, vai apresentar uma estratégia para o ano seguinte, ou seja, vai tentar apresentar as coisas para 2025. Significa que vou ter presidente do Banco Central quando? Quando terminar meu mandato. Isso não é correto”, acrescentou o presidente da República.