• Inadimplência atinge 38% do faturamento das MPIs entre abril e maio, aponta Datafolha/Simpi

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  • 25/jun 15:12
    Por Francisco Carlos de Assis / Estadão

    A taxa de inadimplência registrou aumento no bimestre abril/maio, segundo a 13ª edição da pesquisa Simpi/Datafolha. Isso porque a falta de pagamento de clientes para as Micro e Pequenas Indústrias (MPI’s) chegou a representar 38% do faturamento em relação aos outros meses. É o maior valor desde janeiro deste ano. As regiões Centro Oeste/Norte e Sul do País são as mais afetadas pela falta de pagamento e a porcentagem de empresas chega em 47%.

    “Entra a discussão sobre se o aumento da inadimplência se dá pelas elevadas taxas de juros ou pela falta de linhas de crédito adequadas para as empresas, ou os dois. Somado a isso tem a perda de poder aquisitivo que vem ocorrendo acima dos ganhos dos salários”, diz o presidente do Sindicato da Micro e Pequena Indústria (Simpi), Joseph Couri. Ele acrescenta que quando se tem um aumento de 14% para 19% no número de empresas buscando crédito, na prática a mensagem é a de que as empresas estão sem dinheiro em caixa.

    E a pesquisa Simpi/Datafolha confirma a tese de Couri quando mostra que apenas 8% das 712 empresas pesquisadas entre abril e maio afirmaram ter capital suficiente para passar o mês. Outras 53% das MPIs não têm recursos para fechar o mês.

    O problema não se restringe ao setor das MPIs, alerta Couri. Acaba batendo nas grandes corporações, que vivem muito de vender para os pequenos espalhados pelo País. Isso explica um pouco, de acordo com o presidente do Simpi, a grande quantidade de grandes corporações entrando com pedidos de Recuperação Judicial.

    “É por isso que o Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável Conselhão tem colocado em volta da mesa os setores empresarial, financeiro e o governo para buscar encontrar uma solução para o problema”, explicou o presidente do Simpi.

    Ao analisar quais são as MPIs que gostariam de renegociar suas dívidas e como gostariam, mais de 76% das empresas tem interessem em obter linhas de crédito a juros mais baixos. Mesmo assim, o número de MPIs que se interessam pelo Pronampe chegou a apenas 21%, dado contrário de 64% das MPIs que afirmam não ter interessante no programa.

    Ainda que mais de 60% das MPIs não tenha interesse no programa, a região que mais busca pelo financiamento é o Centro-Oeste/Norte com 32% das empresas. No entanto, quanto o assunto é a falta de interesse, a região que menos busca pelo programa é o Sul, com 67% das MPIs.

    Para Couri, a questão do Pronampe, que era para ser uma política pública para ter uma abrangência muito maior, atendeu apenas 8% das MPIs. O que está ocorrendo agora é que apenas 10% das empresas têm conhecimento das linhas de crédito que estão sendo anunciadas agora pelos governos federal, estaduais e municipais , dentre os quais os 8% que tiveram conhecimento lá atrás do Pronampe.

    “Ocorre que 20% dos 8% que tomaram recursos com o Pronampe estão inadimplentes com o próprio Pronampe”, disse Couri.

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