Inflação de serviços seguiu como tema de muito escrutínio, diz Copom na ata
O Comitê de Política Monetária (Copom) informou, na ata da sua última reunião, que seus membros continuaram debatendo o comportamento da inflação de serviços. Alguns deles mostraram preocupação com a inflação de alimentos no curto prazo, devido às enchentes no Rio Grande do Sul e a revisões nos preços em algumas outras regiões.
“Parte do debate se concentrou na trajetória mais recente da inflação, em que a inflação de bens industriais e de alimentação no domicílio deixa de contribuir para a desinflação nesse estágio do processo desinflacionário”, diz a ata. “Concomitante a isso, a inflação de serviços, que tem maior inércia, assume papel preponderante na dinâmica desinflacionária no estágio atual.”
Apesar das incertezas, a avaliação geral é de que os dados mais recentes sugerem uma trajetória de inflação que “não divergiu significativamente” do que era esperado pelo comitê.
Os membros do Copom também discutiram o comportamento do crédito. Segundo a ata, enfatizou-se na última reunião que já é possível perceber a transmissão dos cortes na taxa Selic para o mercado de crédito, em linha com o que se esperava.
“Se, por um lado, ainda se observa endividamento historicamente alto das famílias, por outro, segue forte a demanda por crédito por pessoas físicas. Alguns membros ressaltaram, no entanto, que a recente elevação nas taxas de maior prazo pode levar a um menor dinamismo no mercado de crédito”, diz o texto.
Os membros que mencionaram a possibilidade de menor dinamismo no mercado de crédito enfatizaram que os vértices mais longos da curva de juros são importantes na determinação da oferta e demanda nesse mercado.