• Bolsas de Europa sobem com apetite por risco, impulsionadas por bancos e montadoras

  • 24/jun 13:41
    Por Matheus Andrade, especial para a AE / Estadão

    As bolsas da Europa fecharam em alta nesta segunda-feira, 24, em uma dia generalizado com apetite por risco no mercado. As preocupações com o tema fiscal e a incerteza política das últimas semanas foram temporariamente deixadas de lado, em uma sessão destacada por altas no setor automotivo e no bancário. O avanço global nos preços do petróleo também deu impulso às empresas do setor. Por outro lado, assim como nos Estados Unidos, companhias de tecnologia, especialmente as ligadas ao setor de chips, operaram pressionadas.

    O índice pan-europeu Stoxx 600 fechou em alta de 0,84%, a 519,42 pontos.

    “O anúncio inesperado de eleições antecipadas na França suscitou preocupações renovadas sobre os níveis de dívida pública da zona euro. As ações europeias registraram um desempenho consideravelmente inferior aos dos índices de referência globais”, aponta o Danske Bank.

    Por sua vez, as últimas pesquisas de intenção de voto na França sugerem que os resultados serão de um governo dividido, sem a maioria de extrema-direita, o que, na visão do banco, indica que “os maiores temores dos mercados já passaram”. Neste cenário, o setor bancário teve fortes recuperações, com destaque para Milão, onde o FTSE MIB subiu 1,58%, a 33.834,91 pontos, com os quatro maiores avanços sendo de instituições financeiras.

    A noticia de que a União Europeia e a China irão iniciar negociações sobre os planos do bloco de impor tarifas a veículos elétricos importados do país asiático impulsionou ações do setor automotivo, especialmente na Alemanha, onde as empresas têm mais exposição ao mercado chinês. Volkswagen (+1,43%) e Mercedes Benz (+1,38%) avançaram em Frankfurt, onde o DAX subiu 0,89%, a 18.325,58 pontos.

    No país, o índice de sentimento das empresas caiu para 88,6 pontos em junho, ante 89,3 pontos em maio, segundo pesquisa do Ifo. O resultado frustrou a expectativa de analistas, que previam leve avanço do indicador a 89,6 pontos.

    Levando o tema em conta, segundo o BBH, é pouco provável que o Banco Central Europeu (BCE) reduza as taxas na reunião de julho. “Atualmente, o mercado vê um corte de cerca de 5%, mas subindo para mais de 70% em setembro. A maioria dos responsáveis do BCE tem-se oposto a esta ideia, ao mesmo tempo que aconselham uma abordagem política dependente de dados”, aponta.

    Entre ações individuais, a do Casino subiu 1,6% em Paris, após o grupo varejista francês anunciar a venda de sua subsidiária Codim 2, na ilha francesa da Córsega. Na cidade, o CAC 40 avançou 1,03%, a 7.706,89 pontos.

    Em Madri, o Ibex 35 subiu 1,27%, a 11.172,10 pontos. Em Lisboa, o PSI 20 avançou 0,31%, a 6.590,90 pontos. Na contramão, a fabricante de chips ASML caiu 1,55% em Amsterdã. Fora da zona do euro, o FTSE 100 teve alta de 0,53%, a 8.281,55 pontos, em Londres.

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