• Lula diz que presidente do BC é adversário político e adversário de modelo de governança

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  • 21/jun 16:42
    Por Victor Ohana e Sofia Aguiar / Estadão

    O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou nesta sexta-feira, 21, que o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, é seu “adversário político” e o associou ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Em entrevista à Rádio Mirante News, do Maranhão, Lula voltou a fazer críticas à decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, de interromper as quedas na taxa de juros e manter a Selic no patamar de 10,50%, apesar de o governo insistir que é necessário que a instituição baixe o porcentual.

    “O presidente do Banco Central é um adversário político, ideológico e adversário do modelo de governança que nós fazemos. Ele foi indicado pelo governo anterior e faz questão de dar demonstração de que não está preocupado com a nossa governança”, declarou Lula.

    Ele relembrou que o mandato de Campos Neto se encerra em 2024 e que o governo poderá indicar um novo nome para o posto. “Nós estamos chegando no momento de trocar o presidente do Banco Central”, destacou. “Eu acho que as coisas vão voltar à normalidade, porque o Brasil é um País de muita confiabilidade.”

    O presidente também voltou a dizer que “os bancos não querem emprestar dinheiro” e que “querem especular e ganhar com a taxa de juros”. “O nervosismo especulativo que está acontecendo não vai mexer com a economia brasileira”, acrescentou.

    Lula já havia criticado a decisão do Banco Central em suas passagens por Piauí e Ceará, quando disse que a manutenção da Selic em 10,50% “foi uma pena” e que, com isso, “quem perde é o povo brasileiro”.

    Depois de sete quedas seguidas, o Copom do Banco Central interrompeu, em decisão unânime, o ciclo de cortes da taxa básica de juros, iniciado em agosto do ano passado, e manteve a Selic em 10,50% ao ano. O resultado, divulgado na quarta-feira, 19, era amplamente esperado pelo mercado, em meio ao impasse do governo na condução da política fiscal e ao aumento das expectativas de inflação.

    Mais do que o resultado, a grande expectativa dos agentes econômicos era sobre o placar da decisão, sobretudo após Lula ter retomado a ofensiva contra o Banco Central e o presidente da instituição, Roberto Campos Neto. A votação unânime agrada o mercado financeiro, depois da forte divisão da reunião de maio.

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