• Importação de bens de capital sobe 15,5% no ano e sugere aumento de investimentos, diz FGV

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  • 18/jun 11:36
    Por Daniela Amorim / Estadão

    O volume importado de bens de capital no acumulado deste ano, de janeiro a maio, cresceu 15,5% em relação ao mesmo período do ano anterior, melhor resultado em pelo menos 15 anos, segundo cálculos do Indicador de Comércio Exterior (Icomex) divulgado nesta terça-feira, 18, pelo Instituto Brasileiro de Economia, da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV). O resultado indica uma possível melhora na taxa de investimento do País, apesar do cenário de incertezas.

    “Na série histórica do Icomex, que inicia em janeiro de 1998, foi calculada a média do índice de volume importado para os acumulados do ano até maio, desde 2010. A média do período recente, janeiro a maio de 2024, foi a maior já registrada, o que sinaliza uma perspectiva favorável para a taxa de investimento do País. No entanto, o cenário de volatilidade cambial, como ocorreu no mês de maio/junho, não favorece novos planos de investimentos”, ponderou a FGV, no relatório do indicador.

    O crescimento do volume importado foi explicado pelo aumento nos investimentos da indústria de transformação, que registraram alta de 15,5% nas importações de bens de capital de janeiro a maio deste ano ante o mesmo período do ano anterior. Já o volume importado de bens de capital pela agropecuária recuou 15,9% no período.

    “O melhor desempenho da transformação se traduz, também, numa variação positiva nas compras de bens intermediários de +9,6%, enquanto as compras desses bens na agropecuária recuaram em -4,3%”, acrescentou a FGV.

    Considerando o volume importado total de bens intermediários no País, houve um avanço de 8,9% no acumulado de janeiro a maio de 2024 ante o mesmo período de 2023. Quanto às demais categorias de uso, a importação de bens de consumo duráveis aumentou 49,9% no período; a de bens de consumo não duráveis caiu 3,9%; e a de bens semiduráveis subiu 18,5%.

    Superávit mais brando

    A balança comercial brasileira teve um superávit de US$ 8,5 bilhões em maio, uma queda de US$ 2,5 bilhões em relação a maio de 2023. Houve recuo de 5,2% no preço das exportações em maio de 2024 ante maio de 2023, e queda de 5,1% no das importações. Porém, em volume, as exportações encolheram 1,9%, enquanto as importações subiram 6,1%.

    No acumulado do ano até maio, o saldo da balança comercial tem um superávit de US$ 35,9 bilhões, acima dos US$ 34,5 bilhões vistos no mesmo período de 2023.

    “As projeções para 2024, porém, são de um saldo menor em 2024 em relação a 2023”, ressaltou a FGV, que prevê um superávit de US$ 87,7 bilhões para este ano.

    No acumulado de janeiro a maio, o volume das importações cresceu 10,6% ante o mesmo período de 2023, enquanto o das exportações avançou 7,5%.

    Parceiros comerciais

    Quanto aos principais parceiros comerciais do Brasil, as exportações para a Argentina despencaram 38,2% em maio de 2024 ante maio de 2023, enquanto para a União Europeia saltaram 21,8%.

    No acumulado do ano, de janeiro a maio, o volume exportado para a China cresceu 11,5% ante o mesmo período do ano anterior; para os Estados Unidos, alta de 17,2%; para a União Europeia, 3,8%; e para a Ásia (excluídos China e Oriente Médio), de 6,8%. Na direção oposta, houve queda no volume exportado para a Argentina, -31,7%, e para os demais países da América do Sul, -13,4%.

    “Em termos de participação no acumulado do ano até maio, a China respondeu por 30,5% das exportações brasileiras, os Estados Unidos, 11,5%, e a União Europeia, 13,8%. Para todos esses mercados, a exportação do óleo bruto de petróleo foi o principal produto: União Europeia (23%); China (23%); e Estados Unidos, 17%”, frisou a FGV. “No caso das importações, a China lidera o volume importado, seja na comparação mensal (+18,0%) ou na do acumulado do ano (+32,2%).”

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