• Haddad diz que Lula se apropriou de números de gastos com atenção e abriu espaço para discussão

  • 17/jun 13:51
    Por Cícero Cotrim, Giordanna Neves e Amanda Pupo / Estadão

    O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta segunda-feira, 17, que o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, se “apropriou” dos números apresentados pela equipe econômica sobre a evolução de gastos federais com “bastante atenção”, e abriu um espaço classificado como “importante” para a discussão do tema.

    Após dar uma declaração no Planalto, Haddad falou com a imprensa brevemente ao voltar para a sede da Fazenda em Brasília. Segundo ele, para o encontro realizado mais cedo, a Casa Civil, o Planejamento e a Fazenda preparam vários gráficos para que Lula possa compreender a evolução das despesas, e o impacto dessa trajetória, a fim de que o presidente se familiarize com os dados e com uma “proposta de equacionamento dessas questões”.

    “Não é o primeiro orçamento que ele fecha, já está no décimo ano (de governo), ele está muito familiarizado e habituado com esse debate. Mas foi uma reunião muito produtiva, senti o presidente bastante mais senhor dos números, se apropriou dos números com bastante atenção, abriu espaço importante de discussão dessas questões”, disse o ministro da Fazenda.

    Haddad afirmou ter apresentado a Lula um cenário de evolução das receitas e despesas, além dos principais gastos com programas do governo. Questionado se foi tratado sobre desindexação no Orçamento, o ministro respondeu que foram discutidos “todos os cadastros”, sem responder diretamente à pergunta.

    Ele citou a experiência com o saneamento de cadastros que foi feito em razão do auxílio prestado ao Rio Grande do Sul, levando em conta sobre como essa experiência pode liberar, a nível federal, espaço orçamentário para acomodar outras despesas, e garantir um patamar “adequado” dos gastos discricionários.

    “Tomamos até a experiência do Rio Grande do Sul recente, o trabalho de saneamento dos cadastros, o que isso pode implicar em termos orçamentários do ponto de vista de liberar espaço orçamentário para acomodar outras despesas e garantir que despesas discricionárias continuem em patamar adequado para os próximos anos”, afirmou Haddad.

    O ministro repetiu que o presidente ficou surpreso com a redução da carga tributária registrada no ano passado. Durante a reunião, a equipe econômica fez um detalhamento da análise do Tribunal de Contas da União (TCU) sobre as contas do primeiro ano do governo.

    “(Lula) ficou até surpreso com a notícia de que a carga tributária no ano passado caiu, porque alguns grupos de interesse reclamam e não veem a conformação do todo”, avaliou Haddad.

    Segundo Haddad, durante o encontro, também foram apresentadas séries históricas desde o governo do ex- presidente Fernando Henrique Cardoso. “Nos debruçamos sobre isso para ele ver a evolução tanto no agregado quanto das unidades de contas específicas para que ele pudesse fazer acompanhamento preciso e pudesse tomar as decisões corretas para seguirmos com a nossa agenda de em relação ao PIB, fazermos recomposição para buscar o equilíbrio das contas”, reiterou.

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