Willian relembra 2ª passagem caótica no Corinthians: ‘Eu não sentia paz’
O sonho do Corinthians em repatriar Willian em agosto de 2021 rapidamente se tornou um pesadelo, especialmente para o jogador e sua família. O atacante, atualmente com 35 anos, foi recebido com festa pela torcida alvinegra na época. Contudo, após algum tempo, as cobranças se tornaram ameaças, o que foi insustentável para a relação entre as partes, que terminou em rescisão do contrato depois de um pouco mais de um ano de vínculo.
Hoje, Willian conseguiu dar a volta por cima e é uma das peças fundamentais do Fulham, da Premier League. Porém, as cicatrizes da volta ao clube que o revelou no Brasil o lembram de tempos difíceis. Ao programa Bola da Vez, da ESPN, o atacante ex-seleção brasileira revisitou algumas memórias tristes e tensas que viraram caso de polícia.
“Eu não pretendia voltar, mas começou a me dar essa vontade de voltar ao clube que me revelou, porque eu fiquei pouco no profissional do Corinthians”, contou Willian, que chegou ao elenco principal alvinegro em 2007. “Eu pensava que talvez fosse o momento de voltar para o Corinthians, o clube que me formou, e a minha família é corintiana.”
Depois de um início animador, surgiram as turbulências. Com as lesões e maus resultados do time veio também a insatisfação da torcida, que em busca de um responsável pela fase, acabou encontrando em Willian o “culpado”. E então, a linha do aceitável foi ultrapassada e surgiram as ameaças ao jogador e à sua família. O fato acabou virando caso de polícia.
Segundo relato do jogador, suas filhas tinham medo de ir à escola por conta das mensagens recebidas nas redes sociais. “Só que a partir do momento que o extracampo começou a atrapalhar… O time começou a perder, os resultados não encaixavam, aí eu comecei a me sentir incomodado pelas coisas extracampo”, disse Willian à ESPN. “Ameaças, aí eu comecei a sentir minhas filhas oprimidas, as pessoas xingando nas redes sociais me xingando, xingando elas. Duas vezes eu fui na polícia para fazer Boletim de Ocorrência por causa de ameaças.”
“A partir desse momento, eu pensei: não preciso passar por isso”, enfatizou. “Respeito o clube, respeito muito o Corinthians, mas não preciso passar por isso aqui no Brasil. Quero ir embora. Eu conversei com o presidente Duilio e expliquei o que estava acontecendo, que não estava legal, que eu e a família não estávamos sentindo bem. A sua paz o dinheiro não compra, e eu não sentia paz. Eu me sentia um prisioneiro dentro da minha própria casa. No Brasil, a sua vida pessoal é refém do seu resultado profissional e isso não pode acontecer.”
O programa Bola da Vez, da ESPN, vai ao ar neste sábado, dia 15, às 19h30 (horário de Brasília).