Petrópolis registra mais de 1,3 mil furtos de energia em cinco meses

O número de furtos de energia elétrica em Petrópolis está em ascendência. De acordo com a Enel Distribuição Rio, empresa responsável pelo serviço no município, de janeiro a maio deste ano foram registradas 1.340 ligações clandestinas de energia na cidade. As regiões que mais apresentam a prática criminosa são Quitandinha, Corrêas e Araras. Atualmente, 7% da área total de concessão da empresa distribuidora de energia na Cidade Imperial é alvo da ilegalidade.

Os famosos "gatos" na luz se tornam mais frequentes a cada ano que passa. Em 2016, a Enel contabilizou 3.069 casos em Petrópolis. No ano seguinte, o número apresentou aumento de 20,3%, passando para 3.693 registros. Já no ano passado, o crescimento foi ainda maior: 23,4% – chegando à marca de 4.557 ocorrências.

Embora os primeiros cinco meses desse ano apresentem queda de 13% de furtos, se comparado ao mesmo período do ano anterior, quando foram apontados 1.542 casos, o número de denúncias atual chega a passar da metade de todas as registradas no ano passado, gerando probabilidade de crescimento de irregularidades até o fim do ano. De janeiro a maio deste ano, foram realizadas 199 denúncias. Enquanto isso, de janeiro a dezembro do ano anterior, 394 queixas.

Segundo a Enel, as regiões que apresentaram os maiores índices de furtos de energia em 2018 foram: Quitandinha (151 casos), Corrêas (149 furtos), Araras (111 crimes), Retiro (63 ocorrências) e Centro da cidade, com 41 ações policiais em combate ao crime.

No último dia 20 de março deste ano, por exemplo, a Enel flagrou o furto de energia em um comércio no Centro Histórico de Petrópolis. O proprietário de um estabelecimento comercial de artigos de festa, localizado na Rua do Imperador, foi preso em flagrante por cometer o crime. A operação foi realizada pela Enel, em parceria com a Delegacia de Defesa dos Serviços Delegados (DDSD).

Atendento a 66 municípios fluminenses, a distribuidora responsável pelo abastecimento de energia informou que a distribuição de energia no Estado do Rio apresenta o maior índice de furto do Grupo Enel no mundo, o que se deve, principalmente, à alta complexidade do mercado em que a empresa atua. Para se ter ideia, as perdas na área de concessão da companhia chegam a 21% de toda a energia distribuídas. Além do Rio de Janeiro, a empresa atua em Sâo Paulo, Ceará e Goiás, além de outros 30 países.

Mapa do furto no Estado

São Gonçalo, Duque de Caxias e Itaboraí, cidades da região metropolitana localizadas no entorno da Baía de Guanabara, lideram o ranking dos municípios com os maiores índices de furto de energia, entre municípios atendidos pela distribuidora no Estado. Juntas, as três cidades respondem por 42% de toda energia perdida na área de atuação da Enel Rio. Em São Gonçalo, o índice é de 37%; em Duque de Caxias, de 31%; e em Itaboraí, 30%. As cidades de Magé (26%), no Grande Rio; Araruama (24%), na Região dos Lagos; e Campos dos Goytacazes (24%), no Norte Fluminense, aparecem em seguida entre as cidades com mais furto de energia.

Em Niterói, o índice atualmente é de 21% e as áreas com maior incidência de furto de energia são Baldeador, Sapê, Engenho do Mato, Várzea das Moças e Piratininga. Em Petrópolis, o índice é de 7%.

Combate às perdas de energia

Por meio de nota, a distribuidora informou que atua no combate ao furto com base em três pilares: implementação de medidas técnicas, operações com a polícia e projetos sociais. Essas ações visam evitar, principalmente: acidentes com a população; sobrecarga na rede elétrica; problemas técnicos em função de ligações irregulares; e desperdício de energia. A empresa busca incentivar o uso correto da energia para que o cliente entenda que é possível consumir de forma eficiente e ter, no final do mês, uma conta que caiba no seu bolso.

A Enel Distribuição Rio realiza inspeções constantes e operações conjuntas com a Polícia Civil e Militar para coibir o furto de energia. Apenas em 2018, foram realizadas 207 mil inspeções contra as fraudes, com 91 mil irregularidades identificadas. Como resultado das operações com o apoio da polícia, foram realizados 729 registros de ocorrência no ano passado, 59% a mais do que em 2017.  Em Niterói, foram contabilizados 40 registros de ocorrência em 2018 e 12.784 inspeções contra esse tipo de irregularidade.

Além de prejudicar a qualidade do fornecimento do serviço, os “gatos” impactam também o valor da tarifa de energia, já que a agência reguladora (Aneel) leva em conta as perdas de cada distribuidora para calcular a tarifa de cada empresa. Dessa forma, como os custos de distribuição de energia são divididos entre todos os clientes, todos pagam pelo furto. Nos últimos 12 meses, a Enel Distribuição Rio registrou perdas de R$ 107 milhões, que não são cobertas na tarifa de energia.

Denúncias

O furto de energia é crime e a pena prevista para o criminosos é de um a oito anos de reclusão. Para denunciar a prática ilegal, basta acessar o site www.enel.com.br ou relatar a situação pelo aplicativo Enel Rio. Não é necessário se identificar.