• Tempos modernos

  • 29/05/2019 12:00

    Posso estar equivocado e até admito, todavia percebo que cada vez que se passam os dias, meses e anos, concluo que recordar o passado, em especial na condição de adolescente, continua válido.

    E por isso mesmo não consigo vislumbrar como a juventude dos dias atuais esteja a aproveitar e vivenciar, de maneira saudável, tão importantes momentos de suas vidas, já que “escrava” do celular e consequentemente do whatsapp e outras “encrencas” da área. 

    Assim é que me parece que o modo de vida por muitos escolhido – e talvez sem outra opção a aderir – não se apresente como o mais condizente para atravessar esta fase de suas trajetórias, momento da vida especialíssimo desde que bem aproveitado e de normas e regras bem observadas.

    Para muitos, há quem possa pensar que aquele que escreve estas linhas deve viver para o passado; porém, a realidade não é esta; e o que ora se faz ponderar não diz respeito somente a momentos de boas diversões e alegrias, mas aliados, também, a episódios tristonhos.

    Tais ocorrências, evidentemente, fazem parte da vida de cada um de nós, porém, no fundo, o que escrevo busca traduzir apenas um alerta!

    Não posso negar que o período da adolescência por mim vivido, junto a uma grande quantidade de amigos e colegas, foi extraordinário, se comparado – quase que posso afirmar – com o que se contempla nos dias atuais.

    Tenho, pois, plena convicção que a diferença é gritante para com relação a tantos moços e moças.

    Cabe salientar, ainda, que os princípios de ordem moral “rolaram morro abaixo”, claro que não de forma generalizada, e muitos jovens vítimas desse descalabro vez que deixam de adotar os mínimos procedimentos de educação e cordialidade para com os próprios pais, mestres e até amigos, sem falar nos idosos que sempre mereceram o acolhimento e passam a ser, em diversas circunstâncias, desrespeitados e mal acolhidos.

    Assim é que, na modalidade que já se foi, um simples puxão de orelhas por parte dos pais, um castigo partido da professora, sempre serviram de lição para a meninada, entretanto, atualmente, a prática “caiu em desuso”.

    Fala-se o que quer com pais e mestres, quando não ocorrem fatos mais deprimentes.

    Ressalte-se, assim, que ao tempo de nosso convívio com o próximo, o comportamento da moçada integrante da minha geração era bastante diverso e quando admoestados, meditávamos sobre a rebeldia, a malcriação ou o desrespeito para com os mais velhos, os mestres e os próprios pais.

    Há também que se ponderar quanto ao momento atual no tocante a falta de religiosidade e a total descrença – ausência de fé no Ser Maior – sem falar no consumo de drogas a colocarem perdidos milhares de jovens a caminharem, sem dúvida, na direção de atalhos perigosos e até sem possibilidade de volta.

    As más companhias, a desencaminhar jovens bem formados porém iludidos por elementos de má índole.

    Mas o que posso afirmar com absoluta tranquilidade, é que o mal não pode se sobrepor ao bem e que a juventude atual certamente caminhará, após sensata meditação, no sentido das boas e sinceras amizades, que passe a apreciar a vida com olhos voltados a natureza, as matas, as plantas, aos animais, perceber o sol a se por e apreciar o nascer da lua, enfim todos estes eventos que nos foram proporcionados por Deus, talvez esquecidos, e se possível, seguir em busca de um grupo de amigos e colegas para dar boas pedaladas de bicicleta e quiçá usar os patins em locais apropriados, sem esquecer de jogar uma boa partida de futebol, ainda que seja num campinho simples mais que possa proporcionar a concretização de momentos imorredouros.

    Tenho muita fé que tais situações possam vir a ocorrer e os jovens, como muitos já o fazem agir, empurrem este nosso país para frente, até porque no entender do poeta – “Uma influência nefasta, / até de suposto amigo, / é a gotinha que basta / para por algo em perigo”/.

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