Lula vai ao G7 e evita cúpula sobre Ucrânia
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva desembarca nesta quinta-feira, 13, na Suíça onde inicia uma visita à Europa com uma série de compromissos. Lula discursa hoje em um fórum da Organização Internacional do Trabalho (OIT), em Genebra. Mais tarde, viaja para a região da Puglia, na Itália, para a cúpula do G7, que se inicia hoje, na qual o Brasil participa como convidado. O presidente terá encontros reservados com o papa Francisco e com outros líderes mundiais.
Embora o presidente esteja em território europeu, o Palácio do Planalto rechaçou um convite da Ucrânia para que participasse da conferência de paz, no sábado, 15, e no domingo, 16, na região de Lucerna, na Suíça. O Brasil deve ser representado por sua embaixadora na Suíça, Cláudia Fonseca Buzzi.
O governo brasileiro confirmou que, a pedido de Lula, o papa o receberá. O petista se encontrará em separado com os presidentes de França, Emmanuel Macron, e África do Sul, Cyril Ramaphosa, além do primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, e com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.
O presidente deve discutir com Macron e Von der Leyen o resultado das eleições para o Parlamento Europeu, marcadas pelo avanço da extrema direita, e o Acordo Mercosul-União Europeia. Modi e Ramaphosa são líderes políticos de países parceiros no Brics e no fórum tripartite IBAS (Índia, Brasil e África do Sul), que sofreram reveses em eleições recentes, embora sigam no poder.
Por outro lado, Lula estará na Itália ao mesmo tempo que o presidente da Argentina, Javier Milei, mas sem encontro à vista. Eles dividirão o palco global, na reunião ampliada do G7 e países convidados, com direito a um discurso de 15 minutos cada. Ambos confirmaram presença, mas, segundo o Itamaraty, Milei não formalizou um pedido de reunião com Lula.
Protagonismo
O presidente brasileiro chegou a discutir com seus assessores a conveniência de ir ou não ao G7 na Itália. Um ministro e diplomatas ponderam se a viagem valeria a pena e se Lula teria algum protagonismo – em razão do contexto político e das divergências de pensamento do presidente com demais líderes.
No ano passado, ele visitou o país e quase ficou sem ser recebido pela primeira-ministra Georgia Meloni, com quem não possui afinidade política – a reunião foi confirmada de última hora, e depois Lula a elogiou.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.