• Ibovespa sobe 0,73%, aos 121,6 mil pontos, com acomodação nos juros futuros

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  • 11/jun 17:47
    Por Luís Eduardo Leal / Estadão

    Tendo permanecido aos 120,7 mil pontos nas duas sessões anteriores, o Ibovespa deu um passo adiante, retomando a linha dos 121 mil, com giro ainda fraco, a R$ 18,1 bilhões, nesta terça-feira. O índice da B3 oscilou dos 120.757,20 aos 121.759,04 pontos (+0,83%), encerrando o dia em alta de 0,73%, aos 121.635,06 pontos. Na semana, o Ibovespa avança 0,56%, com perda no ano a 9,35% e, no mês, a 0,38%.

    Na B3, em geral, o dia foi de ganhos bem distribuídos pelas ações de primeira linha, as blue chips, à exceção de Vale ON (-0,15%) – que quase zerou as perdas em direção ao fechamento – e de Petrobras, que oscilou ao longo da tarde, com a ON no negativo (-0,08%) e a PN mostrando ganho de 0,43% no encerramento, em sessão de ajuste também discreto para o Brent e o WTI, ambos em leve avanço.

    Destaque nesta terça-feira para o setor financeiro, alinhado em alta, tendo Itaú PN (+1,12%) e Banco do Brasil ON (+1,10%) à frente na sessão, entre as maiores instituições. Na ponta ganhadora do Ibovespa, Magazine Luiza (+7,99%), Minerva (+5,21%) e Prio (+4,29%). No lado oposto, Suzano (-1,55%), Localiza (-0,74%) e Dexco (-0,57%).

    “Depois de vários dias bem negativos, a Bolsa conseguiu dar um respiro hoje. O IPCA decepcionou um pouco, vindo marginalmente acima do esperado após leituras que vinham mais acomodadas, abaixo das expectativas. Mas nada que desabone, apesar do sinal de perda de força no processo desinflacionário”, diz Rodrigo Alvarenga, sócio da One Investimentos.

    Ele se refere, também, à desancoragem das expectativas de inflação trazidas no boletim Focus, o que tem se refletido, segundo Alvarenga, especialmente na reprecificação da ponta curta da curva de juros doméstica, que passou a embutir chance de aumento de 25 pontos-base na Selic ainda este ano – ainda que tal cenário esteja fora das considerações dos economistas, no momento.

    “A Bolsa brasileira já cai próximo a 10% no ano, um dos piores emergentes em desempenho, embora com uma razão Preço/Lucro muito abaixo da média histórica”, diz Andre Fernandes, sócio da A7 Capital. “Em conjunto a isso, as projeções de lucros das empresas vêm sendo revisadas para cima, desde 2023, e o Ibovespa descolou bem dessas revisões. A Bolsa, então, corrigiu hoje parte dessa queda, a qual não está ‘conversando’ com os fundamentos das empresas – ainda bons, principalmente os de companhias já consolidadas em seus respectivos setores.”

    Destaque da agenda de dados domésticos nesta terça-feira, a elevação do IPCA em maio “não foi alarmante”, embora algumas medidas, como a inflação de serviços e a média de núcleos, tenham se acelerado no mês, observa o chefe de economia para Brasil e de estratégia para América Latina do Bank of America (BofA), David Beker, em relatório, reporta o jornalista Daniel Tozzi Mendes, do Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.

    “Os dados ruins divulgados hoje, somados à aceleração e à desancoragem das expectativas de inflação, bem como as dúvidas em relação à política fiscal brasileira e as incertezas no cenário externo, levarão o Copom a adotar postura cautelosa na próxima reunião”, na semana que vem, avalia Gustavo Sung, economista-chefe da Suno Research. Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, oito registraram variações positivas em maio, acrescenta o economista, destacando a estabilidade no índice de difusão como o aspecto mais favorável no IPCA de maio.

    “Tanto na variação mensal como no acumulado em 12 meses, os serviços, serviços subjacentes e serviços intensivos em mão de obra subiram ante abril, assim como os núcleos de inflação”, aponta Sung. “Da mesma forma, a média móvel de três meses, anualizada e ajustada sazonalmente, de serviços e serviços subjacentes, e a média de núcleos, todas essas cresceram. Neste último grupo, passou de 3,07% em abril para 3,23% em maio, distanciando-se da meta de 3,0% da inflação oficial, perseguida pelo BC”, acrescenta.

    “Apesar da inflação acima do esperado pelo mercado, a curva de juros apresentou queda em todos os vértices, nesta terça-feira”, diz, em nota, André Meirelles, diretor de alocação e distribuição da InvestSmart XP. “Lembrando que na semana passada, após falas do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sobre o fiscal, as curvas abriram e hoje o fechamento pode estar relacionado ao pronunciamento do ministro, de que levará propostas de redução de despesas ao presidente Lula. Além disso, também houve fechamento na curva de juros nos Estados Unidos, fator que contribui para acomodação na curva brasileira.”

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