• Defensoria Pública determina contratação de leitos de pediatria em hospitais particulares

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  • 30/05/2019 14:15

    A defensora pública Andréa Carius determinou que a Prefeitura a contrate leitos de pediatria, em um prazo de 10 dias, em hospitais particulares para reduzir a fila de espera de crianças na rede municipal de saúde. Só na manhã de terça-feira, 11 meninos e meninas aguardavam na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Cascatinha por uma vaga no Hospital Alcides Carneiro (HAC) – sendo nove de clínica médica e duas para cirúrgica.

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    “O Hospital Alcides Carneiro é o único local para atendimento dessas crianças e não está conseguindo atender a demanda. Tem crianças que estão quatro, cinco dias aguardando por um leito. Hoje (ontem) de manhã, na UPA de Cascatinha, há crianças recebendo a medicação em macas, se por acaso mais um paciente chegar e precisar de atendimento mais específico não terão nem macas para atender. A situação é muito grave. Tanto o HAC, quanto as UPAS, estão operando com 100 por cento da sua capacidade”, disse a defensora.

    O cenário na UPA do Centro também é grave, segundo Andréa Carius, na unidade um consultório médico foi fechado e transformado em sala de internação para atender a demanda. “A maioria das crianças que está na fila para internação está com diagnóstico de pneumonia, bronquite e bronquiolite aguda. São casos que se não forem tratados de uma forma adequada podem evoluir e se tornar mais graves”, alertou a defensora.

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    A dona de casa Ivanete Pereira Paixão, de 40 anos, está há cinco dias esperando por uma vaga para a sobrinha, a pequena Maitê, de apenas seis meses. Com pneumonia e bronquiolite, a menina está na sala amarela da UPA do Centro esperando por um leito no HAC. “Não temos nenhum tipo de resposta e nem prazo de quando vão internar a menina”, lamentou.

    Na manhã de ontem, Ivanete também estava com o filho, de cinco meses, em observação na mesma unidade. “Cheguei aqui 8h da manhã e não sei quando vou embora. Só tem um pediatra para atender. A UPA está lotada e não há mais vaga para quem precisar”, contou. Na UPA de Cascatinha a situação era bem parecida, com reclamações de demora no atendimento e falta de vagas.

    A dona de casa Mônica Faustino, de 24 anos, levou as duas filhas na unidade. As meninas, de sete e dois anos, esperaram mais de duas horas por atendimento. “Tem muita gente esperando pelo médico, esperando por exames. Não tem mais lugar para tanta criança. Minha filha mais velha está em observação e não sei como vai ser se precisar de vaga para internar”, disse.

    Além da determinação da contratação de leitos em unidades particulares, a defensoria também vai pedir o sequestro prévio nas contas da Prefeitura para garantir o pagamento dos custos com diárias e tratamentos nos hospitais da rede privada. “Outra medida que vamos adotar é a abertura de ações individuais para internação dessas crianças. Tenho acesso à fila de espera e com isso conseguimos entrar com os pedidos de urgência para internação”, informou Andréa Carius. A defensora pediu também que pais procurem a Defensoria Pública relatando problemas dentro das unidades e a demora para a transferência para o HAC.

    “A nossa maior preocupação é com a chegada do inverno quando aumentam os casos de doenças respiratórias nas crianças. É uma medida emergencial que estamos adotando”, frisou a defensora. Andréa Carius também citou uma lei federal que respalda a Prefeitura a contratar leitos em unidades particulares para atender a demanda do município.

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