‘Resgate da loba’: mulheres organizam grupo para proteger vítimas de violência

O enfrentamento da violência contra a mulher passa por muitas fases. Desde o reconhecimento da vítima até a criminalização do agressor é um longo caminho que muitas mulheres enfrentam sozinhas. Mas não precisa e não deve ser assim. O Grupo Resgate da Loba, formado por mulheres, tem o objetivo de promover um espaço de fala, de acolhimento, sem julgamentos, em que as mulheres vítimas de violência possam dar um novo significado e superar a violência sofrida. 

Leia também: Publicada lei que garante mais proteção à mulher vítima de violência

Após alguns anos trabalhando diretamente com vítimas de violência de gênero, na Polícia Civil, a policial civil Priscila Pinheiro e a psicóloga clínica Renata Campea Jungstedt perceberam essas mulheres precisavam de um espaço para elas. Em que pudessem compartilhar suas histórias e tivessem a chance de descobrir outras possibilidades de ressignificação da própria vida. A guia de turismo Gabriela Passos abraçou a ideia e juntas formaram o Resgate da Loba.

Com encontros semanais a proposta é abrir um espaço para palestras e terapia em grupo. “O projeto terá temas voltados para alimentação, filhos, cuidados com a saúde e o corpo da mulher, autoconhecimento, trabalho, entre outros. A intenção é que essas mulheres consigam atribuir sentido a si próprias. Para que estejam fortalecidas para saírem desta situação”, explica a policial civil Priscila Pinheiro. 

A psicóloga Renata Jungstedt explica que muitas mulheres têm o desejo de sair da situação de violência, mas sem uma rede de apoio têm dificuldades para ir em frente. Perdem a identidade e acabam se revitimizando e repetindo padrões que as colocam novamente em relacionamentos abusivos. “Queremos ajudar a viabilizar caminhos para que essas mulheres saiam desta situação. Ressignificar a partir de outras possibilidades, para que essas mulheres consigam resgatar a autoestima, pensar nelas próprias, resgatar a feminilidade”, disse. 

Os encontros acontecem sempre as segundas-feiras, às 14h, no Centro Cultural da Fase, que fica na Avenida Barão do Rio Branco, 1003, Centro. É gratuito e aberto. A faculdade é apoiadora do projeto e abriu as portas para os encontros. 

No espaço onde terão as atividades está acontecendo a exposição “Você não precisa se esconder”, da artista plástica Helena Morani. Que através da arte promove o empoderamento da mulher, conscientizando-a que deve ser protagonista da sua própria história, tendo consciência de sua beleza feminina que vai além da estética corporal. 

Foto: Bruno Avellar