Taxistas denunciam transporte irregular pelas ruas do Retiro

Taxistas da região do Retiro denunciam a concorrência desleal com motoristas que estão fazendo transporte ilegal de passageiros. Com “tarifas” mais atrativas, o serviço tem atraído muitos passageiros, prejudicando quem trabalha de forma legal. Segundo os taxistas, no ano passado eram três carros de passeio fazendo as “lotadas”, atualmente são 12 veículos.

“A gente fica de braço cruzado o dia todo enquanto eles pegam os passageiros. Não estamos conseguindo trabalhar, nunca vi uma situação assim”, lamentou um dos taxistas. Ele contou que os motoristas, que prestam o serviço de forma irregular, abordam os passageiros nos pontos dos ônibus ou saindo do comércio local. 

A denúncia já foi feita a Companhia Petropolitana de Trânsito e Transportes (CPTrans) e ao Ministério Público Estadual (MPE) e um boletim já foi feito na delegacia. “Se ninguém tomar providência, não vamos mais ter trabalho e o ponto de táxi vai acabar. Eles distribuem os cartões deles, fazem propaganda, enquanto nós, que pagamos impostos e taxas, estamos sem conseguir passageiros”, lamentou outro taxista.

Esta semana a Tribuna denunciou o transporte irregular feito por motos, vans, carros e ônibus. Dois mototáxis foram flagrados oferecendo o serviço na Rua Souza Franco (Rua da Feira), no Centro Histórico. E segundo o Sindicato das Empresas de Transporte Rodoviários de Petrópolis (Setranspetro) a Rua Paulo Barbosa, o Terminal Rodoviário do Bingen e a Praça Marechal Carmona (Praça do Skate) se tornaram pontos de motoristas oferecendo o transporte irregular.

O sindicato também já denunciou o problema à CPTrans e pediu mais fiscalização nos pontos mais críticos. A entidade fala em “colapso no sistema”, caso a situação continue. Dados do Setranspetro mostram uma queda no número de usuários no sistema público de transporte a cada ano. Em 2018 houve uma queda de 6% em relação a 2017. No primeiro quadrimestre deste ano, a redução já é 4,6%.

A CPTrans informou que mantém equipes de fiscalização e atua de acordo com os flagrantes. Em caso de constatação da irregularidade, o motorista é autuado por exercer transporte motorizado sem autorização do município. É importante que a população denuncie as irregularidades à própria companhia pelo 156, ou até mesmo à polícia militar, pelo 190.