• Boulos e Tabata vão à Parada LGBT+, que não tem a presença do prefeito Ricardo Nunes

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  • 02/jun 20:36
    Por André Shalders / Estadão

    De 11 pré-candidatos à prefeitura de São Paulo, somente dois, Tabata Amaral (PSB) e Guilherme Boulos (PSOL), destacaram nas redes sociais sua participação na Parada LGBT+ de São Paulo, na Avenida Paulista, neste domingo, 2. O atual prefeito, Ricardo Nunes (MDB), pré-candidato à reeleição, postou um texto dizendo que a cidade “acolhe todas as pessoas sem distinção”, mas não marcou presença no ato.

    Todos os outros oito pré-candidatos ignoraram o evento em suas redes sociais, sem fazer publicações sobre a Parada até a conclusão desta reportagem.

    Realizada desde 1997, a Parada do Orgulho LGBT+ da capital paulista teve como tema este ano “Basta de negligência e retrocesso no Legislativo – vote consciente por direitos da população LGBT+”.

    Segundo o site do evento, foram mais de 50 atrações, entre músicos e influenciadores; vinte marcas parceiras e 16 trios elétricos. O evento também recebeu cerca de R$ 4 milhões em apoio da prefeitura de São Paulo.

    A concentração se iniciou por volta das 9 horas – o evento durou até o fim da tarde, quando a multidão começou a se dispersar.

    De acordo com pesquisadores do grupo “Monitor do debate político”, da Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH) da Universidade de São Paulo, o evento teve o pico de comparecimento por volta das 14h30, com 73,6 mil pessoas.

    Guilherme Boulos, que é deputado federal pelo PSOL de São Paulo e está empatado com Nunes na disputa pela Prefeitura, subiu ao carro de som para discursar no evento. Ao lado da colega de bancada Erika Hilton (PSOL-SP), ele disse que a Parada era “parte indispensável da cultura da nossa cidade”.

    Evitou pedir votos explicitamente, o que é vedado pela legislação eleitoral, mas disse ter certeza de que a cidade de São Paulo “vai novamente às urnas este ano para dar uma resposta contra o bolsonarismo”.

    A jornalistas presentes no local, Boulos criticou o prefeito por não comparecer ao evento. “Acho natural que um candidato que é apoiado pelo Bolsonaro e que comunga de valores bolsonaristas não venha num evento que celebra a diversidade”, afirmou.

    A deputada federal Tabata Amaral circulou pela Paulista e distribuiu adesivos contra a homofobia.

    “Pessoal, já tô aqui ó, prontíssima, preparada nos brilhos para participar mais uma vez da parada LGBT aqui na nossa Avenida Paulista. Essa é a maior parada do mundo, isso é motivo para a gente se orgulhar. É o maior evento da nossa cidade de São Paulo. E a gente está aqui para dizer que, apesar de todos os desafios, gente é feita para brilhar. A gente está aqui para celebrar e para mobilizar também”, disse ela, em uma publicação no Instagram sobre o evento.

    Ricardo Nunes, por sua vez, alegou a necessidade de realizar um exame médico para não ir ao evento. O emedebista postou um texto no Instagram tratando das iniciativas de sua gestão para a população LGBT+. “A cidade de São Paulo se orgulha de ser uma cidade que acolhe todas as pessoas sem distinção. São muitos os programas e serviços que só São Paulo oferece à população LGBTI+”, diz o texto. “É isso que a prefeitura de São Paulo faz: oferece cuidado, atenção, educação, oportunidade de trabalho. Para todas as pessoas, sem discriminar ninguém.”

    Na quinta-feira, 30, Nunes foi à 32ª edição da Marcha para Jesus, também em São Paulo, e discursou ao lado do apóstolo Estevam Hernandes, da Igreja Renascer em Cristo – Hernandes é o organizador do evento no País.

    Em cima do trio elétrico, ele disse amar Jesus e até cantou. “Não vou passar vergonha não, gente. Mas que eu tô emocionado de estar aqui, eu tô. Que bênção”, disse ele, antes de fazer um dueto com o pastor.

    Os demais pré-candidatos à prefeitura de São Paulo não postaram nada sobre o evento em suas redes sociais – nem mesmo os de esquerda, como João Pimenta (PCO), Ricardo Senese (UP) e Altino (PSTU).

    No caso do PSTU, houve uma postagem no Instagram da seção paulista da legenda, convocando os militantes a participar do “bloco classista e antigovernista da parada LGBTI+”, na manhã deste domingo.

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