• Endrick dá adeus ao Palmeiras com jogo tímido em empate com o San Lorenzo pela Libertadores

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  • 30/maio 21:05
    Por Marcos Antomil / Estadão

    Endrick fez, nesta quinta-feira, sua última partida pelo Palmeiras. A atuação não foi vistosa, o jogo burocrático da equipe não o favoreceu e conduziu o duelo com o San Lorenzo para o empate sem gols. A torcida foi o que de melhor se viu no Allianz Parque pela sexta e última rodada da fase de grupos da Copa Libertadores. Os palmeirenses renderam homenagens ao atacante de 17 anos e aplaudiram de pé sua passagem pelo clube, que se encerrou aos 24 minutos do segundo tempo.

    A Libertadores foi uma competição ingrata para Endrick. Pouco utilizado na disputa de 2023, fica a impressão de que a parceria poderia ter rendido mais frutos. Nas duas últimas temporadas, o garoto só passou a ser mais aproveitado após as eliminações nas semifinais para Athletico-PR e Boca Juniors. Em ambas, a rigidez da estratégia da comissão técnica não viu em Endrick uma solução para chegar às decisões.

    Foram algumas as mudanças táticas promovidas por Abel no jogo com o San Lorenzo. No entanto, o Palmeiras se mostra uma equipe previsível. O nível de produção ofensiva deixa a desejar. O problema não necessariamente está no setor do ataque, mas na armação das jogadas.

    O resultado deixou o Palmeiras na liderança do Grupo F, com 14 pontos, e classificou o San Lorenzo para as oitavas, em segundo, com oito. O time alviverde, dessa vez, não terá a melhor campanha, sendo superado pelo Atlético-MG. Portanto, a equipe não tem garantido o mando de campo até as semifinais.

    Como um presente de despedida, finalmente Abel escalou Endrick como centroavante, função em que melhor desempenha seu futebol. O trio de ataque foi formado com os também garotos Estêvão, de 17 anos, e Luís Guilherme, de 18. Com a venda total desses atletas para a Europa, o Palmeiras pode arrecadar mais de R$ 1 bilhão.

    O trabalho do Palmeiras para superar a defesa do San Lorenzo foi de paciência, ainda mais sabendo que para os argentinos bastava o empate para a classificação. Endrick, porém, não comungou da mesma tranquilidade. Seguidas vezes o atacante esticou os braços reclamando da falta de passes em sua direção e da pouca qualidade das assistências.

    Endrick teve raras oportunidades de gol no primeiro tempo. O garoto não abre mão de seu estilo mais físico e dos encontrões com os adversários. A maneira com que ele impõe respeito por vezes ultrapassa o limite e se torna inevitável a marcação de faltas. Em sua trajetória no elenco profissional do Palmeiras, foram 15 cartões amarelos recebidos.

    Aos 28 minutos, Endrick reclamou de pênalti após se envolver em uma dividida com o zagueiro Luján, do San Lorenzo. O atacante ficou estirado no gramado, mas a arbitragem não viu falta e mandou o jogo seguir. Pouco depois, o Palmeiras balançou as redes com Gómez, após cobrança de falta. No entanto, o impedimento foi flagrado, e o placar permaneceu zerado.

    ENDRICK SE DESPEDE DURANTE O SEGUNDO TEMPO

    O intervalo foi pouco proveitoso para o Palmeiras. O time voltou em um nível abaixo, com um futebol mais limitado. Luís Guilherme e Estêvão tiveram chance de marcar e pararam no goleiro argentino. Endrick começou a se arriscar mais e deu um chapéu no adversário que levantou a torcida. Os argentinos não deixaram barato e pegaram pesado com o garoto em faltas mais duras.

    Abel decidiu colocar o time mais no ataque, tirou Estêvão e Veiga e deu chance para López e Rony. Os adversários continuaram apostando nos erros do Palmeiras para ameaçar Weverton.

    Aos 24 minutos, a passagem de Endrick pelo Palmeiras foi encerrada. O jogador foi substituído pelo meia Rômulo. O Allianz Parque o aplaudiu de pé. O atacante respondeu com acenos para as arquibancadas, que gritaram que “Endrick é o terror”. Ao sair de campo, o jovem foi abraçado e acolhido calorosamente por Abel.

    Nos minutos finais, o Palmeiras finalmente decidiu se impor em campo e pressionar o San Lorenzo. O grito de gol ficou entalado na garganta dos torcedores alviverdes várias vezes. Os argentinos tinham uma única ambição: segurar o empate.

    No domingo, às 16h, o Palmeiras volta a jogar pelo Campeonato Brasileiro após a interrupção do torneio por duas semanas por causa do desastre provocado pelas chuvas no Rio Grande do Sul. Pela sétima rodada, o time alviverde visita o Criciúma, no Estádio Heriberto Hülse, e não poderá contar com Endrick, o lateral-direito Mayke, o atacante Flaco López, o técnico Abel Ferreira e os auxiliares Vitor Castanheira e João Martins. O time deve ser comandado por Carlos Martinho, outro componente da comissão portuguesa.

    Já pela Libertadores os duelos de oitavas de final estão programados para as semanas dos dias 14 e 21 de agosto. Na segunda-feira, às 13h, a Conmebol promove o sorteio que definirá o chaveamento completo até a final. Como líder do Grupo F, o Palmeiras medirá forças com um segundo colocado.

    FICHA TÉCNICA:

    PALMEIRAS 0 x 0 SAN LORENZO

    PALMEIRAS – Weverton; Marcos Rocha, Gustavo Gómez (Mayke), Murilo e Piquerez; Aníbal Moreno (Gabriel Menino), Richard Ríos e Raphael Veiga (Flaco López); Estêvão (Rony), Endrick (Rômulo) e Luís Guilherme. Técnico: Abel Ferreira.

    SAN LORENZO – Altamirano; Luján, Romaña, Campi e Braida; Remedi e Irala; Giay, Leguizamón (Perruzzi) e Cuello (Cerutti); Bareiro (Herazo). Técnico: Leandro Romagnoli.

    ÁRBITRO – Felipe González (CHI).

    CARTÕES AMARELOS – Richard Ríos (Palmeiras), Braida, Romaña e Cuello (San Lorenzo).

    PÚBLICO – 40.114 torcedores.

    RENDA – R$ 4.512.164,57.

    LOCAL – Allianz Parque, em São Paulo.

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