Passageiros da Única querem mais ônibus em linhas da Baixada
A longa espera por um ônibus continua dificultando a locomoção dos moradores das margens da BR-040 e trabalhadores que utilizam o transporte intermunicipal. O problema havia sido alvo de denúncia em uma matéria publicada em junho na Tribuna de Petrópolis se intensificou após a determinação da DETRO/RJ, que proíbe o transporte de passageiros em pé e a alteração na Lei 4.510/2005 que estendeu a gratuidade para estudantes da rede municipal e federal aumentando o número de passageiros e as despesas da viação responsável.
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Para os usuários o transtorno começou em maio do ano passado com a greve dos caminhoneiros contra o aumento do diesel e que prejudicou o transporte de combustível em todo o país levando a redução do número de veículos da viação Ùnica-Fácil, empresa responsável pelo transporte intermunicipal da região.
“No último sábado eu estava na rodoviária para pegar o 10h para Caxias, só que o ônibus estava lotado, eu tive que esperar até 11h45 para poder descer. Isso acontece em diversos horários, teve uma quarta-feira eu ia pegar o 18h15 para voltar para casa e estava cheio também, só consegui pegar o 19h45”, contou Victor Viera, que utiliza o transporte da Única diariamente para chegar ao trabalho no Centro de Petrópolis e para voltar para casa no bairro Santa Rosa, no km 92 da Serra, continuou Victor.
Segundo Luis Assumpção, diretor Única-Fácil, a grade foi regularizada após a greve dos caminhoneiros, mas houve outros empecilhos que dificultam a locomoção, “o que aumentou a demanda foi a determinação do DETRO, antes era permitido até 10 passageiros em pé, agora não pode nenhum e se não for cumprida sou eu quem pago a multa, além disso o governo anterior refez o decreto 4.510/2005 para o decreto 8202/2018 que estendeu a gratuidade para a rede municipal, ai o movimento das linhas cresceram, por isso estão reclamando muito, a gratuidade cresceu 37%”, disse ele.
A alteração em questão foi no artigo 1º da Lei 4.510/2005 que sob a nova redação dada pela Lei 8202/2018 aprovada em dezembro do ano passado dispõe sobre a isenção do pagamento de tarifas nos serviços de transporte intermunicipal de passageiros por ônibus do estado do Rio de Janeiro, para aluno do ensino fundamental e médio da rede pública estadual de ensino, para as pessoas com deficiência e portadoras de doenças crônicas de natureza física ou mental que exijam tratamento continuado e cuja interrupção no tratamento possa acarretar risco de vida.
“A grade não está suportando. Se o ônibus passar lotado de manhã, eu espero no mínimo 1 hora para conseguir outro e chego atrasado no trabalho, e a noite, espero também esse tempo todo e chego mais tarde em casa, a proibição dos passageiros em pé, deve ser cumprida, traz maior segurança, mas nós precisamos de mais ônibus então”, contou um morador que não quis ser identificado.
Segundo o diretor da viação Única-Fácil, após ser estendido a gratuidade foram colocados mais seis horários até Santa Cruz da Serra, em Duque de Caxias, “todo dia abrimos novos horários de acordo com a demanda, coloquei fiscal na Serra para monitorar a viagem, porque o problema está que foi criado uma lei no final do ano passado, pegaram a gente desprevenido e colocaram um monte de gratuidade. Nós conseguimos controlar na bilheteria, mas é difícil prever quem utiliza o transporte no meio do caminho, o carro as vezes sai da rodoviária com 13 pessoas, no meio do caminho enche, mas quem está no controle não consegue ver porque o sistema é offline, tem muitos estudantes vindo da baixada, pessoas vindo para ir nos hospitais utilizando a gratuidade e o problema está que, eu não tenho como colocar mais carros, porque temos que pagar o diesel, o motorista, a manutenção dos veículos. Não foi uma alteração justa e estamos na justiça para que retorne a lei anterior. Eu estou sem ter o que fazer e quem sofre são os passageiros”, disse Luis.