R$ 301 milhões para encostas e ônibus, mas a prefeitura vai saber usar?

Petrópolis vai receber total de R$ 301 milhões do governo federal. São R$ 60 milhões para a contenção de encostas no PAC Seleções, anunciados ontem pelo presidente Lula. Já era aguardado, mas não se sabia o valor e o que seria contemplado. Mas, com a confirmação ficou revelado que a região do Quitandinha vai ter a maior parte, com R$ 22 milhões (Amaral Peixoto) e que haverá obras no Caxambu, Vai Quem Quer, Atílio Marotti, Battailard, Rua Paulista (Saldanha Marinho) e na Rua Teresa (no morro atrás na altura do 608).

R$ 241 milhões para ônibus

A ‘surpresa’ foi o anúncio de R$ 241 milhões para Petrópolis investir na renovação da frota de ônibus. A verba dá para comprar 180 ônibus convencionais e 30 elétricos e, nas contas da prefeitura, vai renovar 70% da frota atual (encolhida com carros diminuindo, diminuindo, desde a pandemia). O total de recursos neste PAC Seleções é de R$ 301 milhões e a questão é: dinheiro tem, mas a prefeitura vai saber usar?

Emergência permanente

E Petrópolis, evidentemente, vai ser incluída em um possível decreto federal que reconhecerá emergência climática permanente. Isso ao lado de 1.038 cidades que vivem dramas parecidos com o nosso. O assunto voltou à baila agora, com a tragédia que vive o Rio Grande do Sul. Mas, nem é novo. A ministra do Meio Ambiente e Mudanças do Clima, Marina Silva, disse em março do ano passado que o assunto era discutido internamente no governo. Isso mesmo: um ano.

Imaginem a transparência

Esbarra na falta de transparência nos gastos públicos. Porque uma situação de emergência permite contratar sem observar a lei de licitações. Imagina que, por um período curto, já é um risco grande de desvio de verbas. Agora, de forma permanente…

Concursados

A Câmara aprovou o projeto de lei de autoria da vereadora Júlia Casamasso que autoriza a prefeitura  a convocar todos os aprovados no concurso público realizado em 2022 para provimento de cargos na rede municipal de ensino. O projeto visa atender uma demanda urgente: a convocação dos aprovados no certame público que, mesmo após quase um ano de sua realização, ainda aguardam por uma oportunidade de ingressar na educação municipal. A proposição, além de reconhecer a prorrogação do prazo de validade do concurso, estabelece a proibição de novos até que todos os aprovados sejam convocados.

24 linhas a menos

Henrique Laranja, ex rodoviário e que chegou a trabalhar na CPTrans, mas acabou demitido, apresentou em suas redes sociais números importantes que até hoje não haviam sido divulgados: quantidade de linhas que deixaram de circular pela PetroIta.  Na pandemia, teriam ido para o brecho as linhas  210-Trono de Fátima, 414-Chácara Flora, 416-Vila Real, 417-Euclides da Cunha, 418-Praça Catulo, 426-Campinho, 430-Aldo Tamancoldi, 434- Dom João Braga, 441- Espírito Santo, 445-Oswero Vilaça, 458-Vila Felipe, 208-Valparaíso.  Após o incêndio na garagem da empresa teriam sido suprimidas as linhas 204- Valparaíso, 212-Joaquim Gomensoro, 403-Honduras, 405-Getúlio Vargas, 409-Olga Castrioto, 412-Quitandinha, 423-Pará, 433-Sargento Boening, 442-Gulf, 567-Honduras-Gulf, 443-Tancredo Neves e 464 Eugênio Werneck. Algumas em definitivo, outras com viagens em apenas alguns horários.

Lotação

Seriam 24 linhas a menos, somente na área da Petro Ita. Algumas foram mesmo suprimidas, outras juntaram o itinerário com um algum percurso de outra linha ( às vezes até duas) e se tornaram uma só.  Pior é que com os ônibus que estão em operação a população fica a pé toda hora. Com menos linhas, horários e, muitas vezes, com o ônibus quebrado. E quanto tem, é lotação certa.

Tarifa pode ser menor?

Esses dados vão ao encontro do relatório apresentado pelo Grupo de Apoio Técnico Especializado (GATE) do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro que fez o levantamento não apenas na PetroIta, mas em todo o sistema e comparou com os números praticados antes da pandemia. A oferta de viagens reduziu em 14,74%,  a quilometragem percorrida caiu 22,22% e o  percurso médio mensal reduziu em 16,89%. A gente relata isso porque tá na época do pedido de reajuste tarifário das empresas. Quanto será que vai cair a passagem?

Contagem

Petrópolis está há 366 dias sem os 100% da frota de ônibus nas ruas depois do incêndio na garagem das empresas.

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