Localidades enfrentam falhas no abastecimento

Mesmo com muita chuva e a quantidade de água extravasando os reservatórios da cidade desde sexta-feira, muitos bairros ainda enfrentam problemas com o abastecimento. Até mesmo localidades que não costumam ter problemas com falta d’água estão enfrentando essa situação desde a chuva forte da semana passada. No distrito da Posse, Maria Isabel Vieira, de 35 anos, está sem água há dois dias e tem problema de abastecimento desde sexta-feira. “Desde que começou essa chuva a água começou a faltar. Eu abria a torneira e só saía ar.Aí durante a madrugada de domingo caiu mais um pouco, mas depois disso ficou alternando. Hoje (ontem) faz exatamente dois dias que estou sem nada na caixa. Essa situação é lamentável. Choveu tanto e eu não consigo entender o motivo pelo qual estou sem água”, disse a moradora, que reside na Avenida Noêmia Alves Rattes. Do outro lado da Posse, na localidade de Córrego Grande, alguns moradores também enfrentam a seca nas torneiras. “Eu estou há uma semana sem água, buscando alternativas, como tomar banho na casa de parentes, em Areal, e comprando água para beber”, disse João Martins da Veiga, que mora na Estrada Silveira da Motta. No bairro dos Contrões a situação também é complicada. “Eu não tenho água para cozinhar e preciso sair daqui para comer lá embaixo, na Posse”, disse uma moradora.

Ainda não se tem dimensão de quantos bairros estão sem água, mas a lista muda a cada dia. Algumas localidades que estavam sem abastecimento na tarde de ontem voltaram a ter água na caixa, mas outras regiões onde o problema já havia sido resolvido voltaram a ficar sem abastecimento. Na Estrada União e Indústria o estudante Mateus Zimbrão ficou sem água ontem à noite. “Quando vou tomar banho no meu quarto, a água não tem força para subir pelo cano. Então não sai nada”, disse o jovem, que mora numa região que raramente sofre com falta de água.

A Tribuna questionou a concessionária responsável pelo abastecimento da cidade. A Águas do Imperador informou que todos os mananciais da cidade estão plenos devido à grande quantidade de água que precipitou nos últimos dias. No entanto, quando chove muito, a água chega com muitos detritos, folhas e galhos às estações de tratamento, o que impede a realização do tratamento imediato. “É preciso deixar a água decantar para depois permitir sua entrada na estação”, disse a empresa. Ainda segundo a concessionária, em Pedro do Rio e na Posse o abastecimento demorou mais a ser restabelecido porque a ETA (Estação de Tratamento de Esgoto) Taquaril foi a mais prejudicada em termos de obstrução. “A estação recebeu muita areia e tivemos dificuldades também de acesso à ETA, pois a estrada ficou muito danificada, mas na noite passada o abastecimento foi restabelecido”, diz a nota enviada pela assessoria de comunicação da empresa.