• Ibovespa sobe a 128 mil pontos, com perspectiva de corte de juros nos EUA neste ano

  • Continua após o anúncio
  • Continua após o anúncio
  • 03/maio 11:43
    Por Maria Regina Silva / Estadão

    O bom humor internacional estimula nesta sexta-feira, 3, alta do Ibovespa, mas ainda sem forças para ir para a importante marca psicológica dos 130 mil pontos. Além de balanços como Apple e de bancos franceses no exterior, o payroll (dado de emprego) norte-americano reforça o clima positivo nos mercados.

    “Embora a economia americana esteja forte, os dados mais fracos agradaram. Os mercados gostaram: bolsas para cima e dólar para baixo”, diz o estrategista-chefe do Grupo Laatus, Jefferson Laatus.

    Assim, reforçam se as apostas de que o Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) terá espaço para iniciar o corte de juros em 2024. Neste sentido, alguns estimam que haveria espaço para que o Comitê de Política Monetária (Copom) mantenha o ritmo de queda de meio ponto porcentual na Selic, que está em 10,75% ao ano, na semana que vem.

    “Se tem um Fed mais suave, pode ser que a Selic caia 0,50 ponto. Os discursos dos diretores do Banco Central brasileiro atrelavam a manutenção do ritmo de queda ao Fed”, cita Felipe Moura, analista da Finacap.

    Segundo Moura, os dados do mercado de trabalhos dos Estados Unidos vieram abaixo do previsto e deixam os mercados esperançosos quanto ao fim do ciclo de juros elevados. “Vem na linha do que sugeriu o Fed na quarta-feira. Reduz a possibilidade de aumento dos juros”, completa o analista da Finacap.

    Ontem, o principal indicador da B3 subiu 0,95%, aos 127.122,25 pontos. A busca por risco externa ecoa também no dólar à vista e nos juros futuros, que cedem.

    A economia dos Estados Unidos criou 175 mil empregos em abril, em termos líquidos. O resultado ficou abaixo da mediana das expectativas de analistas consultados pelo Projeções Broadcast, de 225 mil postos de trabalho, e perto do piso das estimativas, que variavam de 150 mil a 275 mil vagas.

    Além de reagir ao payroll, os investidores da B3 ainda avaliam o noticiário corporativo, como os balanços da Gerdau e Iguatemi, além da sanção do prefeito paulista, Ricardo Nunes, ao processo de privatização da Sabesp. As ações da Gerdau, Iguatemi e Sabesp subiam 5,05%, 2,36% e 1,22%, pela ordem, perto das 11 horas.

    Já as ações da Vale caíam 0,33%, depois de avançarem mais cedo. Os investidores avaliam a informação de que a União e os Estados devem rejeitar o acordo proposto pela mineradora de R$ 127 bilhões, por conta do desastre ambiental de Mariana (MG), em 2015.

    Outro ponto de atenção no setor metálico é a de que a mineradora Glencore está considerando fazer uma oferta pela Anglo American. Importante ressaltar que na semana passada, a Anglo rejeitou uma proposta de compra da BHP.

    Petrobras caía entre 1,81% (PN) e 2,01% (ON). Ontem, a Moody’s informou que o rating corporativo da Petrobras não é diretamente afetado pela melhora na perspectiva da nota soberana do Brasil para positiva. Segundo a agência, a avaliação reflete os “riscos intrínsecos” da estatal.

    No horário citado acima, o Ibovespa subia 1,10%, aos 128.589,96 pontos, após avançar 1,31%, na máxima aos 128.786,96 pontos, e mínima e abertura aos 127.130,46 pontos, com elevação de 0,01%. De um total de 86 ações do índice, só oito caíam.

    Últimas