Um relatório produzido pelo Grupo de Apoio Técnico Especializado do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (GATE/MPRJ) aponta que o preço da passagem de ônibus em Petrópolis deveria ser reduzido. De acordo com o documento, apresentado nesta segunda-feira (29), houve redução significativa da quilometragem percorrida, o que indica redução da oferta de viagens, encolhimento de itinerários ou supressão de localidades atendidas após a pandemia.
O estudo foi realizado com base nos dados enviados pela Companhia Petropolitana de Trânsito e Transportes (CPTrans) e pelo Setranspetro. O documento produzido pelos técnicos do MPRJ diz que o indicador de ofertas de viagens apresentou declínio de 14,74% em relação ao patamar pré-pandemia.
Ainda de acordo com o documento, o parâmetro que aponta maior decréscimo quando comparado ao nível anterior a pandemia é a quilometragem percorrida, com redução de 22,22%. Também houve queda no percurso médio mensal percorrido pelos veículos da frota operacional. O texto destaca “redução significativa de 16,89%”.
A conclusão do estudo aponta que o sistema de ônibus em Petrópolis não atingiu ainda a operação regular e que a programação de viagens é inferior ao nível de 2019.
Quando a pandemia começou, em março de 2020, a tarifa de ônibus custava R$ 4,40. Em 2021, o governo interino reduziu para R$ 4,20, com o Vale-Educação. Já em 2022, o atual governo autorizou o aumento para R$ 4,40 novamente e, logo depois, para R$ 4,80 no cartão RioCard e R$ 4,95 no dinheiro.
No ano passado, mesmo com a grave crise do transporte e logo após o incêndio na garagem da Petro Ita e Cascatinha, o governo municipal voltou a autorizar um novo aumento. Desta vez, para R$ 5,15 no cartão e R$ 5,30 no dinheiro.
Como mostrou a coluna Les Partisans desta segunda-feira (29), um novo aumento já é discutido. Enquanto isso, o sistema permanece precário. Nesta terça, um ônibus da viação Petro Ita caiu em uma valeta no Sargento Boening e, de acordo com moradores, estava sem freio. Já na Avenida Portugal (Batata Frita), um outro coletivo da empresa causou um acidente.
Na Max Manoel Molter, o coletivo não conseguiu subir e precisou descer de ré. No Neylor, moradores relatam problemas diários com o transporte público precário.
O presidente da Comissão de Transporte Público e Mobilidade da Câmara Municipal de Petrópolis, Hingo Hammes, conta que vistoriou o setor de manutenção de cada uma das empresas de ônibus em Petrópolis e encontrou cenários diferentes.
“Quase todas elas possuem veículos mais antigos, no entanto, o estado de conservação dos veículos das empresas Petroita e Cascatinha é muito pior. Nesta terça-feira (30), tivemos três acidentes envolvendo veículos dessas duas empresas. Isso não pode mais ocorrer. Nossa luta não é apenas pelo quantitativo de ônibus, mas também, pelo qualitativo deles”, disse.
Procuradas, as empresas e a Prefeitura não responderam até a última atualização.