Obras da nova serra continuam paradas
O consórcio responsável pela construção da nova subida da serra de Petrópolis suspendeu a audiência de conciliação que seria realizada ontem no Tribunal Regional do Trabalho do Rio de Janeiro (TRT-RJ). A reunião, que era uma esperança de negociação entre o consórcio e os trabalhadores, estava marcada para as 15h30, e foi suspensa meia hora antes do início, a pedido das empresas responsáveis pela obra.
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria da Construção Civil (Siticommm) de Duque de Caxias, Josimar Campos de Souza, explicou que a audiência foi suspensa porque a empresa responsável ainda não chegou a um consenso. “O consórcio pediu a suspensão alegando que na próxima sexta-feira vai ser realizada uma reunião patronal com as empresas que fazem parte do mesmo, para decidir o que será proposto na audiência de conciliação”, contou Josimar.
A paralisação, que envolve 400 operários, entrou no 23º dia. A classe trabalhadora cruzou os braços diante da falta de uma proposta de reajuste considerada aceitável pelo sindicato responsável. No fim de abril, o Consórcio Nova Subida da Serra (NSS) ofereceu 4% de aumento, mas anunciou corte de alguns benefícios, como passagem intermunicipal para funcionários de outras cidades, cortes na participação de lucro semestral e também outros que foram decididos em acordo no início da obra.
O NSS chegou até a oferecer verbalmente uma proposta de 7,5%, durante uma das reuniões realizadas no km 102, em Duque de Caixas. No entanto, como houve rejeição, a empresa voltou atrás de decidiu suspender a proposta, mantendo a anterior, de 4%.
O Siticommm informou que até que o consórcio não apresente um reajuste que represente pelo menos a reposição da inflação, a greve não vai terminar. “Nós vamos continuar com os trabalhadores de braços cruzados até que recebam uma proposta aceitável pela classe. Os 4% estão muito abaixo da inflação, e esses cortes de benefícios são desrespeitosos”, completou.
A próxima reunião será realizada na sexta-feira, em local não informado pelo consórcio responsável. Enquanto isso, os trabalhadores permanecem com os braços cruzados, e a obra que deveria ter sido entregue em março deste ano não tem previsão para conclusão.
A Tribuna tentou contato com o Consórcio Nova Subida da Serra, e com o grupo Triunfo, que é dono da empresa Concer. Mas até o fechamento dessa reportagem, não obteve uma resposta.