Lula diz que América Latina precisa de mais livros e menos armas
O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou no período da noite da quarta-feira, 17, que a América do Sul precisa de mais livros e menos armas. Na fala, Lula destacou as ações do governo de incentivo à cultura, a exemplo dos conjuntos habitacionais no programa Minha Casa, Minha Vida.
“Ler é ser livre, mesmo quando fisicamente tentam nos isolar e prender, pois a luta por um país mais justo, uma vida digna e uma América Latina unida persiste, apesar daqueles que buscam obstar o progresso da nossa região”, disse Lula, em evento de inauguração da 36ª Feira Internacional do Livro de Bogotá (FILBo) na Colômbia.
EUA e construção de muros na fronteira
Mais cedo, em participação no encerramento do Fórum Empresarial Brasil-Colômbia, o presidente da República afirmou que os Estados Unidos deveriam estar preocupados em gerar emprego com os países do continente americano em vez de construir um muro na fronteira do país com o México. A política norte-americana visa dificultar a entrada de cidadãos de países vizinhos em território dos Estados Unidos.
“Eis que, depois de 520 anos de existência, todos nós [países da América do Sul] continuamos pobres. É nesse continente que tem mais desemprego, é nesse continente que, junto com a África, tem mais desnutrição, tem mais fome, tem mais mortalidade infantil e tem menos perspectiva”, disse Lula. “Por isso, os Estados Unidos, que deveriam cuidar disso gerando emprego junto aos seus vizinhos, os Estados Unidos tem uma política de construir um muro para proibir que latino-americanos, à procura de chance de trabalho na publicidade tão grande que eles fazem, são considerados bandidos”, comentou.
Banco voltado à América do Sul
O presidente do Brasil sugeriu também no evento empresarial que a América do Sul crie uma instituição financeira internacional voltada para a região. Em sua avaliação, não é possível que os países tenham que recorrer ao Banco Mundial a todo momento.
“Não é possível que a gente não tenha capacidade de criar um banco nosso da América do Sul, não é possível que a gente tenha que correr atrás do Banco Mundial toda hora”, disse Lula. “A gente pode criar uma coisa nossa, um banco que fale que nem a gente e pense que nem a gente.”