Procon Petrópolis denuncia altos preços dos combustíveis cobrados pelos postos do município
A Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) vai estudar o relatório produzido pelo Procon de Petrópolis, que denuncia os altos preços dos combustíveis cobrados pelos postos de abastecimento do município. O documento entregue ao secretário Luciano Benetti Timm, durante o Workshop realizado pela Agência Nacional do Petróleo e Biocombustíveis (ANP), mostra que as distribuidoras não repassam aos postos as reduções nos preços dos combustíveis pela Petrobras. O documento – 2,5 mil páginas fruto de cinco meses de investigação – também foi entregue ao coordenador do Conselho Administrativo de Defesa Econômico (Cade), Rubem Accioly Pires.
Durante o workshop, o coordenador do Procon Petrópolis, Bernardo Sabrá, falou sobre “O paradoxo entre as distribuidoras e revendedoras na cadeia de precificação da gasolina no Brasil”. Único representante dos Procons a palestrar no evento, ele também participou do debate ao lado de Sandra Lengruber do Ministério Público do Consumidor, Ruben Pires do Cade, e Bruno Caseli do Superintendente de Defesa da Concorrência, Estudos e Regulação Econômica.
“A nossa tese busca, principalmente, beneficiar o petropolitano. Queremos uma mudança de postura, que Petrópolis seja contemplado com as quedas de preços que ocorre quando a Petrobras anuncia a redução.
Usaremos todas as formas que pudermos para conquistar os benefícios que o petropolitano tem direito. Essa é uma oportunidade importante e mostra que temos um órgão de defesa do consumidor atuante e forte, respeitado em todas as instâncias”, destaca o coordenador do órgão, Bernardo Sabrá.
Na representação, o órgão aborda diversos aspectos constatados pela equipe técnica ao analisar os comprovantes de compra e venda de combustíveis na cidade. O documento traz, por exemplo, análise das notas de setembro de 2018, quando o valor do litro vendido pelas refinarias às distribuidoras era de R$ 2,250 e as distribuidoras vendiam aos postos por R$ 4,363 que, por sua vez, vendia ao consumidor final por R$ 4,990. Em fevereiro deste ano, porém, o valor vendido pela Petrobras às distribuidoras foi de R$ 1,490, sendo vendido por R$ 4,239, que repassava o preço na bomba a R$ 4,759.
“Esse é só um exemplo, mas é o retrato do que constatamos nas 135 incursões a 45 postos de combustíveis de Petrópolis. Observamos que, na prática, houve redução de R$ 0,76 centavos pela Petrobras, mas a distribuidora repassou apenas R$ 0,12 aos postos de combustíveis. No período da análise vimos que as reduções chegaram a 35% nas refinarias, porém o repasse de desconto das distribuidoras aos postos revendedores ficou em apenas 11,21%, ou seja, uma diferença de 23,79%”, explica Sabrá.