• Commodities mantêm Ibovespa nos 127 mil pontos, mas queda em NY dificulta tendência

  • Continua após o anúncio
  • Continua após o anúncio
  • 12/abr 11:35
    Por Maria Regina Silva / Estadão

    A queda das bolsas de Nova York nesta sexta-feira, 12 , dificulta o Ibovespa de decidir um norte e de recuperar ao menos parte do recuo de 0,51%, aos 127.396,35 pontos, da quinta-feira. Em contrapartida, a forte valorização das commodities estimula alta das ações ligadas ao setor e ajuda a manter o Índice Bovespa na faixa dos 127 mil pontos, depois de ceder à mínima dos 126.964,66 pontos (-0,34%).

    No fundo, avalia Felipe Moura, sócio e analista da Finacap, o Ibovespa segue as bolsas norte-americanas dada a incerteza em relação à política monetária dos Estados Unidos. Isto porque tem crescido as apostas de que o primeiro corte de juros americanos não mais ocorrerá em junho ou julho, mas em setembro. “Não tem uma direção definida e o volume financeiro na Bolsa está fraco, principalmente de investidor estrangeiro”, diz.

    Segundo Moura, o gatilho de alta mais importante é mesmo a definição de juros nos EUA. “Essa indefinição, essa demorar em cortar é ruim para ativos de risco. Aqui, temos uma atividade melhorando e a inflação controlada. Falta mesmo é o exterior Fed decidir quando e até quanto cortará os juros”, afirma.

    O petróleo do tipo Brent, referência para as ações da Petrobras, avança para perto de US$ 92 o barril, em meio à crescente expectativa por um possível ataque do Irã contra Israel. Já o minério de ferro subiu 3,12% em Dalian, na China.

    A despeito da alta do minério, há renovados sinais de fraqueza da economia chinesa – desta vez vindos da balança comercial. As exportações chinesas cederam 7,5% em março, na comparação anual, contrariando a expectativa de alta de 0,1%. As importações também caíram.

    “Indícios adicionais de desaceleração econômica na China podem limitar ganhos no principal índice da B3. No entanto, a valorização do petróleo e do minério de ferro em Dalian pode incentivar um fechamento semanal positivo para o Ibovespa, que teve queda de 1,02% na semana passada”, descreve em nota a Guide Investimentos.

    Fica ainda no radar a decisão da Justiça, que suspendeu o presidente do Conselho de Administração (CA) da Petrobras, Pietro Mendes, opositor do CEO Jean Paul Prates, alegando conflito de interesses. A estatal diz que recorrerá da decisão.

    Outro foco de atenção é o recuo do volume de serviços prestados em fevereiro, na ponta oposta da mediana de alta das expectativas. O desempenho poderia ser fonte de alta de ações ligadas ao consumo, mas isso não acontecem. Os juros futuros internos sobem, apesar do recuo dos rendimentos dos Treasuries, em recuperação.

    Ao mesmo tempo, prosseguem duvidas fiscais internas e em relação à política monetária americana, o que seria risco a uma Selic terminal maior, como já estima o Itaú Unibanco.

    Nesta sexta, o Itaú elevou hoje sua projeção para a taxa Selic de 2024, de 9,25% para 9,75% ao ano, citando o avanço das dúvidas internas e as dificuldades crescentes no exterior.

    De acordo com o banco, um cenário global mais desafiador, com desinflação mais lenta, adiamento e redução do orçamento dos cortes de juros em economias desenvolvidas e incertezas domésticas (com maior pressão em preços de serviços mais sensíveis ao desempenho do mercado de trabalho e expectativas desancoradas) limitarão de forma mais intensa os cortes de juros

    Em Nova York, as bolsas caem, após grandes bancos dos EUA iniciarem de fato a temporada de balanços do país. Agora, o mercado fica à espera de pronunciamentos de autoridades do banco central norte-americano e da divulgação das expectativas dos consumidores para economia e inflação da Universidade de Michigan.

    Às 11h21, o Ibovespa caía 0,10%, aos 127.259,22 pontos, depois de subir 0,19%, na máxima aos 127.639,90 pontos. Vale tinha alta de 1,31% e as ações da Petrobras avançavam entre 0,87% (PN) e 0,91% (ON). Já Azul caía 5,40%, liderando as perdas, com o dólar e o petróleo fortes. Os papéis de grandes bancos cediam em torno de 1,00% em sua maioria.

    Últimas