• Plano de Mobilidade: especialista lembra que aumento do número de veículos sem expansão viária é conta que não fecha

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  • 17/04/2019 12:00

    O decreto que institui o Plano de Mobilidade Urbana (PlanMob) do município foi publicado no Diário Oficial da última sexta-feira. O plano, orientado pela Política Nacional de Mobilidade Urbana (PNMU), tem o objetivo de incentivar a criação de políticas públicas tendo como prioridade o transporte coletivo, público e não motorizado, não só nesta gestão municipal, mas nos próximos 10 anos. O plano municipal foi elaborado com base em cinco consultas públicas, uma audiência e 26 reuniões do Conselho de Trânsito e Transporte. Mas, na prática, considerando o problema crônico que o município enfrenta em relação a mobilidade urbana, o que o PlanMob pode fazer por Petrópolis?

    A lei n º 12.587/12 que instituiu o PNMU, estabelece diretrizes e instrumentos para orientar os municípios a planejar o sistema de transporte e de infraestrutura viária para circulação de pessoas e cargas. O objetivo do plano é ser um estudo base para a criação de projetos que proporcionem a melhoria nas condições urbanas, em acessibilidade, mobilidade e no desenvolvimento sustentável.

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    Para doutor em engenheiro civil, e professor da Universidade Católica de Petrópolis, Ricardo Francis, o município enfrenta diversos problemas relacionados a mobilidade urbana. Um dos principais é o aumento no número de veículos e nenhum tipo de expansão viária. O resultado é uma conta que não fecha. “O plano de mobilidade urbana está muito completo. Os dados vão até além da mobilidade urbana, mas não atendem sua finalidade, já que as principais soluções propostas são a adoção de locomoção por bicicletas e a pé, o que é inviável na cidade”, destacou.

    Segundo o engenheiro, embora o plano incentive os transportes alternativos, sem que seja feito o melhoramento nas calçadas, andar a pé não é uma opção. Em péssimo estado de conservação e cheias de intervenções, principalmente de postes de iluminação, as calçadas são armadilhas para os pedestres. Sobre as bicicletas, o engenheiro citou como exemplo o desrespeito à ciclofaixa na Avenida Barão do Rio Branco. 

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    Já em relação ao transporte coletivo, o engenheiro destacou que não deve se pensar somente nas vias, mas na qualidade do serviço que está sendo oferecido no município. Além do péssimo estado dos coletivos, o engenheiro lembra a relação dos motoristas de ônibus com o trânsito no dia-a-dia. “Há falta de educação e respeito no trânsito”. 

    “Para oferecer as propostas, o município tem que dar condições de serem realizadas. Algumas coisas que foram assinaladas no Plano são inviáveis se não forem feitas obras. Hoje muitos projetos são baseados na subjetividade e pouca técnica”, disse. Além disso, uma preocupação é que o plano se perca como tantos outros projetos e estudos nas trocas de gestão. “Os governos trabalham com duas estratégias: o curto prazo, de quatro anos, e de olho na reeleição. Não dão continuidade aos projetos, e se as soluções não começarem a serem implantadas logo, o plano pode se perder”. 

    O documento está disponível em caráter definitivo no site da CPTrans: www.petropolis.rj.gov.br/cptrans. O documento de cerca de 600 páginas é totalmente interativo, contém fotos, vídeos, gráficos e amplo levantamento sobre os aspectos da cidade que englobam áreas como saúde, educação e turismo. 

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