Moedas globais: dólar avança em meio a dados, com índice DXY em alta de mais de 3% no trimestre
O dólar se fortaleceu hoje, em dia de agenda carregada de indicadores nos Estados Unidos, entre eles revisão para cima no Produto Interno Bruto (PIB) do quarto trimestre. Nesse quadro, o euro ficou sob pressão, enquanto o iene também caiu, no dia em que a S&P Global reafirmou o rating do Japão em A+, com perspectiva estável.
No fim da tarde em Nova York, o dólar se valorizava a 151,41 ienes, o euro recuava a US$ 1,0791 e a libra tinha baixa a US$ 1,2624. O índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de moedas fortes, registrava alta de 0,19%, a 104,547 pontos. Em todo o trimestre atual, o DXY avançou 3,17%, e no mês de março a alta foi de 0,38%.
Na agenda de indicadores, na Alemanha as vendas no varejo caíram 1,9% em fevereiro ante janeiro, quando analistas ouvidos pela FactSet previam alta de 0,4%. Nos EUA, a terceira leitura do PIB mostrou crescimento de 3,4% no quarto trimestre, acima da estimativa anterior de 3,2% e da projeção dos analistas, de alta de 3,3%. O índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês) avançou 1,8% na taxa anualizada do quarto trimestre, repetindo a leitura anterior, mas o núcleo subiu 2,0%, levemente abaixo da alta de 2,1% antes calculada.
Na avaliação de Stephen Stanley, economista-chefe do Santander US, a revisão para cima no PIB do quarto trimestre traz sinais positivos para o crescimento no trimestre atual, em quadro de mercado de trabalho “especialmente sólido”. O Goldman Sachs, por sua vez, destacou o fato de que a melhora no PIB hoje foi puxada por dados mais fortes de gastos dos consumidores.
Ainda na agenda de hoje, o índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) dos EUA medido pelo Instituto para Gestão da Oferta (ISM, na sigla em inglês) de Chicago caiu de 44,0 em fevereiro para 41,4 em março, ante previsão de 46,0 dos analistas. Os pedidos de auxílio-desemprego caíram 2 mil na semana, a 210 mil, quando se projetava 215 mil, enquanto as vendas pendentes de imóveis cresceram 1,6% em fevereiro ante janeiro, o que contrariou previsão de baixa de 1,0%.
O dólar reagiu pouco aos dados, mas ganhou fôlego à tarde, confirmando alta do DXY. Ainda no noticiário, a S&P reafirmou o rating do Japão mais cedo, em A+. O iene recuou hoje, mas a Oxford Economics diz que mantém avaliação neutra para o dólar ante a moeda japonesa, com expectativa de volatilidade contida e de que o Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês) mantenha uma taxa efetiva de zero pelo menos por mais um ano. Uma valorização Mais forte do iene no longo prazo dependeria ainda de grandes mudanças em termos de comportamento dos investidores e de alocação dos ativos, diz a Oxford, o que para ela não parece ocorrer neste momento.
Entre outras moedas em foco, o dólar caía a 1,3544 dólar canadense. A moeda do Canadá foi apoiada após o PIB do país exibir alta de 0,6% em janeiro ante dezembro, acima da previsão de alta de 0,4% dos analistas. Segundo a Capital Economics, o dado reduzia a urgência do BC canadense em cortar juros.