• Com agenda fraca, dólar tem leve queda a R$ 4,9793 em pregão de oscilações contidas

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  • 27/mar 17:59
    Por Antonio Perez / Estadão

    Após trocas de sinal na primeira etapa de negócios, o dólar à vista operou em leve queda ao longo da tarde desta quarta-feira, 27, em meio ao aprofundamento da baixa das taxas dos Treasuries e ao enfraquecimento da moeda norte-americana em relação a pares latino-americanos do real, em especial o peso mexicano. Pela manhã, operadores apontaram a nova rodada de desvalorização do minério de ferro, em queda de mais de 3% pelo segundo dia seguido, e a recomposição de posições defensivas como indutores de alta pontual do dólar.

    Dados fortes do saldo de empregos formais no Brasil em fevereiro divulgados às 14h não tiveram impacto relevante na formação da taxa de câmbio, embora possam, em tese, mexer com as expectativas para o tamanho do ciclo total de cortes da taxa Selic. Na ata do Copom, divulgada na terça, o Banco Central apontou o mercado de trabalho apertado como um dos pontos a serem observados na definição do ritmo de redução da taxa básica.

    Entre a mínima de R$ 4,9720 e a máxima R$ 4,9935, o dólar à vista encerrou a sessão cotado a R$ 4,9793, em baixa de 0,07%. Com investidores já antecipando a rolagem de posições na virada do mês, o contrato de dólar futuro para abril teve giro robusto, acima de US$ 14 bilhões.

    Na quinta, haverá a disputa pela formação da última taxa ptax de março, dada a ausência de negócios no último dia útil do mês, em razão do feriado de Sexta-feira Santa.

    O gerente de câmbio da Treviso Corretora, Reginaldo Galhardo, afirma que grandes ‘players’ sustentam posições defensivas relevantes na véspera da disputa pela Ptax, o que mantém o dólar perto de R$ 5,00. Ele lembra que na sexta-feira, quando os mercados estarão fechados, sai o índice de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês) nos EUA e há discurso do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell – eventos que podem promover mudanças nas expectativas para o início de corte de juros nos EUA.

    “A tendência é que os mercados adotem uma postura defensiva amanhã. E as perspectivas para as contas públicas também não ajudam, com o governo já dando sinais de que pode mudar as metas fiscais para os próximos anos”, afirma Galhardo.

    No Brasil, o ministério do Trabalho informou que o mercado de trabalho formal registrou saldo positivo de 306.111 carteiras assinadas em fevereiro, de acordo com os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), bem acima da mediana das estimativas de Projeções Broadcast, de 232,5 mil.

    O gerente de Tesouraria do BS2, Felipe Ueda, lembra que na quinta saem os dados da Pnad contínua, com a taxa de desemprego no trimestre encerrado em fevereiro – que ganha ainda mais relevância à luz da ata do Copom.

    “O BC está bem preocupado com a inflação de serviços. E os dados de emprego daqui para devem influenciar mais os juros futuros e o próprio dólar”, afirma Ueda, ressaltando que a divisa pode apresentar mais volatilidade amanhã com a formação da Ptax. “Não vejo ainda dólar acima de R$ 5,00, mas também não há espaço para otimismo com o real, porque existe ainda muita indefinição na área fiscal.”

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