Mulher que diz ser filha de Pelé tem ação julgada improcedente pela Justiça de São Paulo
A juíza Fernanda Regina Balbi Lombardi, da 1ª Vara de Família e Sucessões, julgou improcedente a ação de paternidade de Maria do Socorro Azevedo, mulher que diz ser filha de Pelé, morto em dezembro de 2022 vítima de um tumor no cólon. A decisão ocorreu após apresentação dos laudos dos exames de DNA. A decisão, em primeira instância, ainda cabe recurso.
Pelé respondia na Justiça uma ação de paternidade movida por Maria do Socorro Azevedo, que é representada pela Defensoria Pública de São Paulo e alega ser sua filha, tornando-a também herdeira legítima da herança do jogador. O Rei não recorreu e decidiu que ia fazer o teste de DNA, mas acabou morrendo antes de realizar o exame. Ele citou a possibilidade de ter uma outra filha em seu testamento.
Os filhos de Pelé concordaram em realizar os exames laboratoriais antes de iniciar o debate sobre a partilha. O procedimento foi realizado em uma clínica particular de São Paulo e o teste deu resultado negativo. Os representantes da mulher chegaram a fazer um requerimento na Justiça pedindo a exumação do corpo do Rei, mas o pedido não foi acolhido.
Maria do Socorro, de 60 anos, apareceu para comentar o assunto publicamente pela primeira vez em janeiro. Em entrevista ao programa “Domingo Espetacular”, da TV Record, ela conta que a mãe, já morta, conheceu Pelé durante um evento no Maranhão, mas nunca comunicou a ele que havia engravidado.
Natural do Piauí, a mulher que diz ser filha do jogador decidiu pedir um exame de DNA em 2019, quando ainda trabalhava em São Paulo como empregada doméstica. Segundo a família de Pelé, o teste nunca foi realizado porque ele enfrentava sérios problemas de saúde à época.
Esta não é a única polêmica envolvendo a herança de Pelé. Márcia Aoki questiona o percentual de remuneração pedido por José Fornos Rodrigues, mais conhecido como Pepito Fornos, ex-assessor e amigo de longa data do Rei.
Escolhido pelo jogador para ser o testamenteiro, ele pede 5% do valor total, o máximo permitido por lei. Porém, a viúva de Pelé discorda, alegando que ele não cumpriu com as obrigações do testamento no processo. Segundo apurado pelo Estadão, as partes ainda buscam uma solução para o tema.
Tanto a viúva, Márcia Aoki, quanto os seis filhos do Rei concordaram com os termos deixados por ele no testamento. Em dezembro, a Justiça de São Paulo, por meio de decisão publicada pela juíza Andrea Roman, da 2ª Vara de Família e Sucessões, determinou o cumprimento do documento.
Estima-se que Pelé tenha deixado fortuna de R$ 78 milhões. Edinho foi ordenado inventariante com o aval dos irmãos após Márcia Aoki abrir mão da função. O ex-goleiro pediu para administrar a herança do pai, argumentando estar mais familiarizado com os negócios da família. Em setembro, eles também concordaram com a inclusão de Gemima, enteada do Rei do Futebol, entre os herdeiros.
OS HERDEIROS DE PELÉ
No testamento, assinado em 2020, Pelé destina 30% de todos os seus bens para a mulher Márcia – incluindo uma casa no Guarujá -, 60% a serem divididos para os seis filhos e a enteada, e outros 10% para dois netos, filhos de Sandra Regina, morta em 2006, filha que ele nunca reconheceu. Caso Maria do Socorro seja reconhecida como herdeira legítima, ela entra na divisão dos 60% com os filhos.
Márcia se casou com Pelé em 2016, quando ele já tinha 75 anos. De acordo com o Código Civil brasileiro, todas as pessoas acima de 70 anos devem se casar com separação de bens. Com 56 anos, ela era a terceira mulher do atleta e o namorava desde 2010. A viúva, que atualmente trabalha em uma empresa de importação de suplementos médicos, conheceu Pelé enquanto estudava administração em Nova York, EUA, na década de 1980. Ela é de Penápolis, interior de São Paulo.
Antes de Márcia, Pelé havia sido casado duas vezes: com Rosemeri Cholbi e com a cantora gospel Assíria Nascimento. Edinho, de 52 anos, Jennifer, 43, e Kely, 54, são os filhos que Pelé teve com Rosemeri.
Os gêmeos Celeste e Joshua, de 26 anos, são frutos da relação dele com Assíria. Sandra, morta em 2006 vítima de um câncer, foi fruto de uma relação rápida que o Rei teve com Anísia Machado, em 1966. O reconhecimento da paternidade se deu anos depois por meio de exame de DNA. Flávia Cristina é filha de Lenita Kurtz, que se relacionou com Pelé em 1969.