• Campos Neto destaca em apresentação inflação subjacente acima da meta e melhora de atividade

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  • 26/mar 13:11
    Por Thaís Barcellos / Estadão

    O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, destacou, em apresentação a estudantes da Stanford Graduate School of Business, pontos de atenção para a condução do corte de juros já destacados no comunicado e na ata do Comitê de Política Monetária (Copom) divulgada nesta terça-feira, 26. O encontro com os alunos foi fechado à imprensa e ocorreu na manhã desta terça-feira no edifício do BC em São Paulo.

    Em um dos trechos da apresentação, disponibilizada pela autarquia, Campos Neto destaca que o indicador cheio de inflação no Brasil continua em desaceleração, mas que várias medidas de inflação subjacente estão acima da meta nas divulgações mais recentes.

    Nesta terça, na ata, o BC detalhou estar mais preocupado com o efeito dos ganhos reais de salário sobre a inflação de serviços. Pela primeira vez, o Copom concluiu que parte dos ganhos reais está relacionado à dinâmica mais apertada do mercado de trabalho.

    Em relação à atividade econômica, a apresentação do presidente do BC aos estudantes afirma que o Produto Interno Bruto (PIB) está em desaceleração, mas pondera que alguns indicadores recentes mostraram alguma melhora, “o que se reflete no aumento recente das expectativas para 2024”.

    Na ata, o BC disse que não houve “alteração substancial sobre o cenário de crescimento”, embora os dados de atividade recente reforcem a percepção de um cenário marcado por “resiliência”.

    Além disso, o comitê ressaltou as surpresas recentes em dados de serviços e comércio, com implicações para projeções de crescimento no primeiro trimestre. Atualmente, a estimativa do BC para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2024 é de alta de 1,7%, que pode vir a ser alterada no Relatório Trimestral de Inflação deste mês.

    No cenário externo, outro ponto que o BC também considera mais incerto, Campos Neto apresentou aos alunos que há volatilidade, com debates sobre o início da flexibilização monetária nas maiores economias. “A inflação voltou a ser a maior fonte de risco para a economia global. O setor imobiliário comercial dos Estados Unidos é a mais provável fonte para um evento de risco sistêmico”, disse, na apresentação, citando uma pesquisa do Bank of America.

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