• Ataque na Rússia: Serviços de emergência dizem que 40 pessoas morreram e 112 ficaram feridas

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  • 22/mar 18:25
    Por Redação / Estadão

    erca de cinco homens armados de fuzis e com roupas camufladas invadiram o Crocus City Hall, uma casa de shows nos arredores de Moscou, e atiraram contra a multidão na noite desta sexta-feira, 22 (horário local), informaram as agências de notícias Tass e RIA Novosti, ligadas ao governo russo. As informações preliminares indicam que mais de 40 pessoas morreram e 112 ficaram feridas.

    Após os tiros, os homens detonaram explosivos que causaram um incêndio que ainda não fora controlado. O ataque ocorreu antes do início de um show de uma banda de rock chamada Piknik. Segundo informações preliminares, os músicos estavam no camarim quando o ataque começou. “Os atiradores abriram fogo na entrada do prédio de forma planejada durante um show com armas automáticas, e então um incêndio começou no prédio”, disseram os serviços de emergência.

    Nas redes sociais, vídeos não verificados de forma independente mostram três homens armados com fuzis disparando à queima-roupa contra corpos espalhados pelo saguão do local. Outras imagens, também não verificadas, exibem várias pessoas deitadas imóveis em poças de sangue do lado de fora do salão.

    A porta-voz do Ministério de Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, classificou o ataque de terrorista. O presidente russo, Vladimir Putin, ainda não se pronunciou.

    O prefeito de Moscou, Sergei Sobianin, afirmou que o ataque é uma grande tragédia e cancelou todos os eventos esportivos, culturais e outros eventos de massa em Moscou neste fim de semana. Pelo menos 50 ambulâncias foram enviadas para o local do ataque e a polícia russa isolou a área, informaram as agências.

    Não houve reivindicações imediatas de responsabilidade e não está claro se o ataque está relacionado à guerra da Rússia na Ucrânia, que completou dois anos em fevereiro.

    Promessa de retaliação

    O vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia e ex-presidente Dmitri Medvedev afirmou que o país irá responder o ataque com “execuções totais de terroristas e repressão de suas famílias” e levantou suspeitas sobre Kiev, que nega envolvimento. “Se ficar provado que se trata de terroristas do regime de Kiev, é impossível lidar com eles e com os seus inspiradores ideológicos de outra forma. Todos eles devem ser encontrados e impiedosamente destruídos”, disse Medvedev.

    O Crocus City Hall fica ao lado de um grande shopping center no extremo oeste de Moscou e foi o local do concurso Miss Universo de 2013, que contou com a presença do então magnata Donald Trump. Os bombeiros estão no local e tentam apagar o incêndio. O paradeiro dos atiradores é desconhecido.

    Uma testemunha ocular disse ao canal Mash, no Telegram, que havia “pelo menos cinco” atiradores no local. “Agiam como combatentes treinados”, diz o relato. “No momento que entraram no prédio, os guardas e as pessoas que estavam na porta foram mortas. Depois, bloquearam a entrada principal.”

    “Os terroristas estavam armados com fuzis Kalashnikov”, continua o relato. “Alguns carregavam coletes com várias munições. Pelo menos dois dos homens estavam carregando mochilas, acredito que com coquetéis molotov.”

    Risco de ataques

    Horas antes do ataque, o Serviço Federal de Segurança da Rússia (FSB) informou que havia impedido um ataque a uma sinagoga em Moscou por uma célula afegã do Estado Islâmico, informou a agência RIA Novosti.

    Nas últimas semanas, algumas embaixadas estrangeiras em Moscou emitiram alertas pedindo aos cidadãos para evitar reuniões em massa por causa do risco de ataques.

    A Rússia não enfrentava um grande ataque terrorista em seu território desde 2017, quando 14 pessoas foram mortas em uma explosão no metrô de São Petersburgo. Em 2013, homens-bomba mataram 34 pessoas em Volgogrado em pouco antes dos Jogos Olímpicos de Sochi. E em 2011, 30 pessoas morreram durante outra ação com homens-bomba no aeroporto Domodedovo, em Moscou.

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