• Quais são as cidades com o ar mais poluído do Brasil e do mundo? Veja a lista

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  • 20/mar 13:25
    Por Ramana Rech / Estadão

    O relatório World Air Quality de 2023, feito pela IQAir, mostra as cidades e países com pior qualidade de ar do mundo. O documento foi divulgado nesta semana e traz dados de 7,8 mil localidades em 134 países.

    Manaus, capital do Amazonas, apresentou piora significativa na qualidade de ar entre 2021 e 2023, segundo o relatório. A quantidade de materiais particulados com diâmetro de até 2,5 micrômetros (MP 2,5) na cidade amazonense ultrapassa em mais de três vezes o parâmetro estabelecido pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Em 2021, o nível de MP 2,5 na atmosfera manauara era duas vezes maior do que o recomendado pela OMS.

    Osasco, na região metropolitana de São Paulo, é a segunda cidade com maior poluição do Brasil. Outras cidades paulistas com indicador da qualidade do ar entre três e cinco vezes pior do que o recomendado pela OMS são: Guarulhos, Rio Claro e Cubatão.

    O município brasileiro que apresentou o pior índice de poluição foi Xapuri, no Acre.

    A única cidade do País entre as analisadas que ficou dentro dos parâmetros estabelecidos pela OMS foi Fortaleza.

    No País, o nível de MP 2,5 da atmosfera é mais que o dobro do recomendado, o que o coloca na 83º posição entre os mais poluídos. Ainda assim, o número representa uma queda em relação aos primeiros registros do World Air Quality. Em 2018, por exemplo, a presença desses materiais na atmosfera era mais que o triplo.

    Materiais particulados foram associadOs a mortes e doenças provocadas por problemas no coração e no pulmão. Segundo a OMS, o MP 2,5 é um dos que tem maior impacto na saúde é o MP 2,5.

    Qualidade do ar nas cidades brasileiras

    Baseado na concentração de material particulado (MP 2,5), em micrograma por m³. Abaixo, todas as cidades brasileiras analisadas.

    – Xapuri (Acre): 21 (excede de 3 a 5 vezes o parâmetro da OMS);

    – Osasco (São Paulo): 19,4 (excede de 3 a 5 vezes o parâmetro da OMS);

    – Manaus (Amazonas): 16,8 (excede de 3 a 5 vezes o parâmetro da OMS);

    – Camaçari (Bahia): 16,2 (excede de 3 a 5 vezes o parâmetro da OMS);

    – Guarulhos (São Paulo): 16 (excede de 3 a 5 vezes o parâmetro da OMS);

    – São Caetano (São Paulo): 15,9 (excede de 3 a 5 vezes o parâmetro da OMS);

    – Rio Claro (São Paulo): 15,5 (excede de 3 a 5 vezes o parâmetro da OMS);

    – Cubatão (São Paulo): 15,4 (excede de 3 a 5 vezes o parâmetro da OMS);

    – Acrelândia (Acre): 15 (excede de 2 a 3 vezes o parâmetro da OMS);

    – Campinas (São Paulo): 15 (excede de 2 a 3 vezes o parâmetro da OMS);

    – Mauá (São Paulo): 14,6 (excede de 2 a 3 vezes o parâmetro da OMS);

    – Porto Velho (Rondônia): 14,3 (excede de 2 a 3 vezes o parâmetro da OMS);

    – São Paulo: 14,3 (excede de 2 a 3 vezes o parâmetro da OMS);

    – Senador Guiomard (Acre): 13,4 (excede de 2 a 3 vezes o parâmetro da OMS);

    – Santos (São Paulo): 13,1 (excede de 2 a 3 vezes o parâmetro da OMS);

    – Ribeirão Preto (São Paulo): 13 (excede de 2 a 3 vezes o parâmetro da OMS);

    – Jundiaí (São Paulo): 12,6 (excede de 2 a 3 vezes o parâmetro da OMS);

    – Rio Branco do Sul (Paraná): 11,9 (excede de 2 a 3 vezes o parâmetro da OMS);

    – Curitiba (Paraná): 11,9 (excede de 2 a 3 vezes o parâmetro da OMS);

    – Rio Branco (Acre): 11,8 (excede de 2 a 3 vezes o parâmetro da OMS);

    – Piracicaba (São Paulo): 11,8 (excede de 2 a 3 vezes o parâmetro da OMS);

    – Rio de Janeiro: 11,7 (excede de 2 a 3 vezes o parâmetro da OMS);

    – Manoel Urbano (Acre): 11,5 (excede de 2 a 3 vezes o parâmetro da OMS);

    – São José dos Campos (São Paulo): 11 (excede de 2 a 3 vezes o parâmetro da OMS);

    – Taubaté (São Paulo): 10,6 (excede de 2 a 3 vezes o parâmetro da OMS);

    – Guaratinguetá (São Paulo): 10,2 (excede de 2 a 3 vezes o parâmetro da OMS);

    – Timóteo (Minas): 10,1 (excede de 2 a 3 vezes o parâmetro da OMS);

    – Serra (Espírito Santo): 9,3 (excede de 1 a 2 vezes o parâmetro da OMS);

    – São José do Rio Preto: 9,3 (excede de 1 a 2 vezes o parâmetro da OMS);

    – Palmas (Tocantins): 9,3 (excede de 1 a 2 vezes o parâmetro da OMS);

    – Macapá (Amapá): 8,5 (excede de 1 a 2 vezes o parâmetro da OMS);

    – Cruzeiro do Sul (Acre): 8,4 (excede de 1 a 2 vezes o parâmetro da OMS);

    – Tarauacá (Acre): 8,2 (excede de 1 a 2 vezes o parâmetro da OMS);

    – Jambeiro (São Paulo): 8 (excede de 1 a 2 vezes o parâmetro da OMS);

    – Boa Vista (Roraima): 7,2 (excede de 1 a 2 vezes o parâmetro da OMS);

    – Guarapari (Espírito Santo): 7 (excede de 1 a 2 vezes o parâmetro da OMS);

    – Brasília: 6,8 (excede de 1 a 2 vezes o parâmetro da OMS);

    – Fortaleza: 3,4 (dentro do parâmetro).

    Quais os países com pior qualidade de ar do mundo?

    De acordo com o relatório, o país com pior qualidade de ar em 2023 foi Bangladesh, seguido por Paquistão e Índia.

    Nesses países o nível de MP 2,5 chegou a ser até dez vezes maior do que o recomendado pela OMS. Na Índia, está localiza a metrópole com maior poluição de MP 2,5, chamada de Begusarai.

    Os nove primeiros países a aparecer no ranking estão na Ásia. A República Democrática do Congo é o país de outro continente com maior presença de MP 2,5.

    Na Europa, a Bósnia obteve o pior nível de qualidade de ar e ficou em 27º lugar Na América do Norte, o Canadá apresentou o pior nível do material particulado, na 93ª posição. Treze das cidades mais poluídas da região são canadenses.

    Apenas sete dos países verificados conseguiram cumprir as orientações da OMS: Austrália, Estônia, Finlândia, Granada, Islândia, Ilhas Maurício e Nova Zelândia.

    Para o cientista de Qualidade de Ar do Greenpeace Internacional, Aidan Farrow, os dados da IQAir mostram que, em 2023, a poluição atmosférica foi uma catástrofe global de saúde.

    “Esforços locais, nacionais e internacionais são necessários urgentemente para monitorar a qualidade de ar em lugares sem muitos recursos, gerenciar a névoa transfronteiriça e cortar nossa dependência em combustão como uma fonte de energia”, defendeu.

    O relatório destacou que o continente africano ainda sofre com a ausência de dados sobre a qualidade do ar. Já na América Latina e no Caribe, 70% dos dados obtidos vieram de sensores de baixo custo.

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