Museu de Arte do Rio inaugura exposição sobre abolicionistas brasileiras
O Museu de Arte do Rio inaugura, neste sábado (9/3), a exposição Abolicionistas Brasileiras, com curadoria de Ana Carla Soler. Na data, o MAR terá entrada gratuita para todas as mostras. A exposição coletiva, realizada em parceria com o Instituto Artistas Latinas, faz parte das comemorações de 11 anos do museu. A série de trabalhos apresentados foi realizada junto à Coleção Japu e traz obras de oito artistas contemporâneas brasileiras inspiradas nas histórias de vida de mulheres que tiveram papéis de destaque e liderança na luta e resistência no processo de abolição da escravização no Brasil. O MAR é um museu da Prefeitura do Rio e a sua concepção é fruto de uma parceria entre a Secretaria Municipal de Cultura e a Fundação Roberto Marinho.
– A exposição Abolicionistas Brasileiras surge como mais uma tentativa de reintegrar o legado de mulheres que estiveram à frente das articulações que foram alicerces para a abolição da escravatura no Brasil. Esse projeto se desenvolve desde 2023 no âmbito da investigação, realizando o mapeamento das personagens, as pesquisas históricas e fazendo o acompanhamento das artistas no desenvolvimento das obras. Trazer para o público no Museu de Arte do Rio esse trabalho é uma forma de possibilitar que as conquistas dessas mulheres impactem a vida de muitas de pessoas – comentou a curadora Ana Carla Soler.
A exposição ocupa a biblioteca do MAR e conta com a participação das artistas Guilhermina Augusti, Renata Felinto, Sheyla Ayo, Stefany Lima, Mariana Maia, Roberta Holiday, Thais Iroko e Thaís Basílio. Abolicionistas Brasileiras é parte da programação artística do Instituto Artistas Latinas, que tem, entre suas ações, uma plataforma internacional de mapeamento de artistas contemporâneas em toda a América Latina, atuando como força de inserção de artistas mulheres emergentes no sistema da Arte. Na mostra, o protagonismo feminino negro durante a luta contra a escravização no Brasil é representado por meio de personalidades como Adelina, Anastácia, Aqualtune, Esperança Garcia, Luiza Mahin, Maria Felipa, Maria Firmina dos Reis e Maria Tomásia Figueira Lima. A mostra fica em cartaz até 30 de junho.
– Importante e relevante porque ela tem o potencial de visibilizar o protagonismo e a participação das mulheres no processo de luta. As revoltas, lutas e grandes revoluções, que são momentos e marcos importantes de transformação, são sempre muito masculinas, com as mulheres deixadas de lado.Quando fazemos uma exposição sobre mulheres negras abolicionistas e a participação delas no processo ativo de luta, trazemos à tona o protagonismo do povo negro na história desse país, narrando, contando e evidenciando esse papel que é de construção social também. As pessoas vieram para ser escravizadas, mas não vieram só trabalhar, elas criaram os meios produtivos, participaram do processo de luta e transformação social. Tudo tem participação negra. E essa mostra tem o potencial de narrar isso a partir do ponto de vista e a participação das mulheres – destacou Sinara Rúbia, referência na luta anti-racista na Secretaria Municipal de Cultura e diretora do Museu da História e Cultura Afro-Brasileira (Muhcab), outro museu que pertence à Prefeitura do Rio.
O Museu de Arte do Rio
O Museu de Arte do Rio é um equipamento da Prefeitura do Rio, sob responsabilidade da Secretaria Municipal de Cultura, gerido pela Organização de Estados Ibero-americanos (OEI).
– Nosso papel enquanto museu é incomodar. Gerar experiências que nos tirem do lugar de conforto. Um museu como o MAR é parte do compromisso de nossa gestão com a cultura. Mais do que isso, com a cultura como vetor de inclusão e transformação. Exposições fazem com que as pessoas se vejam refletidas em suas trajetórias e são um convite para que estes espaços sejam também lugar de afeto – ressaltou o secretário municipal de Cultura, Marcelo Calero.
A OEI é um organismo internacional de cooperação que tem na cultura, na educação e na ciência os seus mandatos institucionais.– O Museu de Arte do Rio, para a OEI, representa um espaço de fortalecimento do acesso à cultura, ao ensino e à pluralidade intimamente relacionado com o território ao qual está inserido. Além de contribuir para a formação nas artes e na educação, tendo no Rio de Janeiro, com sua história e suas expressões, a matéria-prima para o nosso trabalho – disse o diretor e chefe da Representação da OEI no Brasil, Leonardo Barchini.
– O Museu de Arte do Rio, para a OEI, representa um espaço de fortalecimento do acesso à cultura, ao ensino e à pluralidade intimamente relacionado com o território ao qual está inserido. Além de contribuir para a formação nas artes e na educação, tendo no Rio de Janeiro, com sua história e suas expressões, a matéria-prima para o nosso trabalho – disse o diretor e chefe da Representação da OEI no Brasil, Leonardo Barchini.
O MAR é mantido com recursos próprios da Prefeitura do Rio, tendo, igualmente, o Instituto Cultural Vale como mantenedor, a Equinor e a Globo como patrocinadores master e o Itaú Unibanco como patrocinador. São os parceiros de mídia do MAR: a Globo e o Canal Curta. A Machado Meyer Advogados e a Wilson Sons também apoiam o MAR.
O MAR conta ainda com o apoio do Governo do Estado do Rio de Janeiro, do Ministério da Cultura e do Governo Federal, também via Lei Federal de Incentivo à Cultura.
Mais informações em www.museudeartedorio.org.br.
Serviço:
Exposição: Abolicionistas Brasileiras
Abertura: sábado (9/3), às 11h – museu com entrada gratuita para todas as mostras
Encerramento da mostra: 30 de junho de 2024
Local: Biblioteca do Museu de Arte do Rio (MAR)
Endereço: Praça Mauá, 5 – Rio de Janeiro – RJ
Visitação gratuita