Estudantes de Petrópolis desenvolvem lixeira e aplicativos inteligentes para coleta de lixo
O pilar do projeto é a lixeira “inteligente”, que converte o peso do resíduo descartado em créditos para troca por produtos no comércio
Imagine uma lixeira “inteligente” que converte o peso do resíduo descartado em créditos para troca por produtos no comércio. Essa é a proposta do projeto “Cashback: aplicativo para correto descarte de lixo em postos de coleta”, desenvolvido por Giovanna Brito, Luiza Heinen e Maria Julia Caribé, estudantes do Ensino Médio do Colégio Bom Jesus Menino Jesus, como parte das atividades do Programa de Iniciação Científica da escola.
Funciona assim: quando o cliente descarta um resíduo na lixeira inteligente, instalada em um estabelecimento comercial, o peso é registrado, enviado para o aplicativo e convertido em créditos que podem ser utilizados em uma próxima compra naquele mesmo comércio.
Sob orientação dos professores Caio Henrique Nicodemus e Ana Carolina Carius, as estudantes estão na etapa de desenvolvimento do aplicativo e da ligação de funcionalidades com a lixeira. Iniciado em 2023, o projeto está na segunda fase este ano, quando a equipe pretende terminar o design e o protótipo da lixeira. O aplicativo terá funções como geolocalizador e leitor de QR code. “Estamos formulando como será a pontuação e a estimativa de custos da instalação e manutenção das lixeiras, além das possíveis parcerias com os comerciantes”, explica Giovanna Brito.
A terceira etapa prevê o teste das funcionalidades do aplicativo e a produção da lixeira. A intenção é testá-la no colégio com os alunos, fazer os ajustes necessários e, em seguida, promover testes no comércio. “Também queremos ampliar essa experimentação em condomínios e em alguma loja que trabalhe com marketing sustentável”, conta o professor Caio.
Foto: Divulgação
Conscientização
Luíza Heinen explica que a ideia da lixeira inteligente surgiu a partir da observação dos recorrentes desastres naturais ocasionados pelo acúmulo de lixo na cidade. “Concluímos que o lixo descartado de forma incorreta é um dos causadores dos desastres”, observa a estudante. Quando pensaram em trazer a temática para as aulas de Iniciação Científica, as alunas decidiram criar algum meio para coleta desse lixo, mas de forma inteligente e com um incentivo para quem aderisse à prática. “Foi então que pensamos na lixeira tecnológica: a pessoa descarta o lixo, mas também ganha algo em troca. Por meio do aplicativo, ela pode acumular pontos e depois trocar por produtos no comércio”, explica Maria Júlia Caribé.
Assim, os principais objetivos do projeto são a conscientização ambiental e também o letramento digital. “Assim as pessoas passam a ter mais contato com aplicativos e aprendem a lidar melhor com o mundo da tecnologia”, comenta Luiza.
O trabalho das estudantes já recebeu várias premiações. Na Feira de Iniciação Científica do Colégio Bom Jesus conquistou o 1º lugar na categoria Engenharia e o Certificado da Renault de Inovação na categoria Engenharia. As alunas também ganharam o prêmio de Empreendedorismo da Associação Franciscana de Ensino Senhor Bom Jesus (AFESBJ), na categoria Engenharia. E ainda foram reconhecidas com o 3º lugar na XVII Feira Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação (FECTI) do estado do Rio de Janeiro, na categoria Desenvolvimento de Tecnologia.
Outros projetos premiados dos Colégios Bom Jesus em Petrópolis
Também no Colégio Bom Jesus Menino Jesus, o terceiro lugar na categoria Terra da Feira de Iniciação Científica do Ensino Fundamental ficou com o trabalho da aluna Sarah Sterblitch Lemos, cujo tema foi “Agrotóxicos naturais: uma discussão importante”.
O Colégio Bom Jesus São José, em Petrópolis, também recebeu uma premiação nas feiras de Iniciação Científica do Colégio Bom Jesus com o projeto “A produção dos plásticos e seus impactos ambientais”, da estudante Isabela Soares Escalfoni. O trabalho obteve o primeiro lugar na categoria Terra, na Feira de Iniciação Científica do Ensino Fundamental.
Já no Bom Jesus Canarinhos, a pesquisa “Astronomia em prática”, das estudantes Maria Fernanda de Abreu Bittencourt e Maria Luísa da Silva Soares, conquistou o prêmio na categoria voto popular na feira do Ensino Fundamental.
Iniciação Científica
Com base em propostas diferenciadas, combinando formação pedagógica e estímulo ao potencial criativo, o Colégio Bom Jesus incentiva a pesquisa científica desde as séries iniciais até o Ensino Médio, quando envolve seus alunos no Programa de Iniciação Científica, preparando-os para a pesquisa, a experimentação, a tabulação de dados, a participação em feiras nacionais e no exterior, entre outros. Com o programa, o colégio estabelece um caminho para ampliar as perspectivas de um ensino interdisciplinar, trazendo para a Educação Básica o ambiente acadêmico. O coordenador do projeto no Colégio Bom Jesus, Adalberto Scortegagna, destaca que o papel das escolas é proporcionar que os estudantes sejam protagonistas em todas as suas atividades, e a pesquisa é uma delas.