O verdadeiro perdão
Costumamos falar em perdão, em perdoar, em legitimar esta palavra tão facilmente e sem estimular, verdadeiramente, dentro de nós, esta modificação íntima e que precisa ser levada a sério e conscientizada.
Perdoar quem nos magoa, pedir perdão ou viver com alguém que nos maculou e diante do qual nos colocamos, novamente, em atitudes renovadas, intimamente, não é tarefa fácil a ninguém!
Meus amigos, o pleno exercício do perdão é a roda viva das encarnações. Será através desta roda de renovadas intenções que conseguiremos autenticar esta pequena palavra. Estamos sempre nos exercitando na prática diária do amor e do perdão, assim como, ninguém se esquivará de contemplar esta palavra tão difícil de ser autenticada e praticada, não é mesmo?
Será que não provocamos atos e palavras mal direcionadas e que nos machucam e contaminam?
Será que somos tão puros que não possamos perdoar?
Será que as mágoas não farão parte de nossa caminhada e que o próprio perdão não será uma das portas a serem abertas, para que nós em Espírito aprendamos a ceder e a tornar-nos mais simples e humildes?
Será, ou melhor, não será o perdão o ato mór da ultrapassagem do ódio, da vingança em direção ao verdadeiro amor e aceitação?
Sim, perdoar é desvencilhar-se de estímulos negativos e ultrajantes, e facilitar nossos caminhos a plenitudes maiores, dando-nos as reais possibilidades de exercícios íntimos mais amplos.
Pensemos no perdão como uma verdadeira caridade a fazer a nós mesmos e àqueles que não souberam manusear sentimentos e emoções, e usemos desta parcimônia, lembrando sempre que somos perdoados pelo Criador mais do que setenta vezes sete, e que não nos lembramos disto, simplesmente, porque ainda precisamos aprender a nos ver como almas infinitas, porém precisando de perdão.
E, o falso perdão, não estaremos, neste caso, nos condicionando em atitudes demonstradas por necessidades a serem cumpridas ou agasalhadas?
Perdoar não é isto. O falso perdão é aquele que é colocado para uma conveniente situação, o que é dito e referenciado a nos desvencilharmos de alguém, em algum instante de nosso viver.
Situamos esta falsidade em perdoar como falta de compreensão, de negligência mesmo em perceber o que precisa ser exercitado e comungado.
Precisamos aprender a perdoar, a entender as deficiências de tantos que nos trazem sob espadas de cortes afiados nos atos de orgulhos, desamor e vaidade. A estas almas iremos recorrer, para que possamos crescer. Sim, porque o nosso falso perdão nos irá retardar na escalada evolutiva.
Perdoar falsamente é permitir uma grande contaminação em nosso ser e nas estradas a percorrermos. Mas, como enviar um perdão, quando nos sentimos tão ultrajados, quando nos usurparam amores, carinhos e nos enterraram as esperanças visualizadas e ansiadas?
Apenas, meus amigos, procurando ver onde falhamos, anteriormente, o que fizemos a promover atitudes em criaturas que nos levaram a tamanhas desilusões, procurando não ocultar de nós as verdadeiras razões que nos fizeram falhar em direção a almas ainda pouco elucidadas em virtudes maiores.
Todas estas possíveis conjecturas devem ser procuradas, para que movimentemos um perdão verdadeiro em nosso íntimo; todas as fontes de boa vontade, amor–cristão e fé devem ser procurados, para que não nos iludamos em dizer que perdoamos, quando apenas, desejamos afastar-nos, inconscientemente, de uma situação que exigirá de nós provas de desprendimento e humildade.
Esta é a verdade, meus amigos, não usemos de falsos sentimentos ou posturas apenas para nos livrarmos de situações, pois elas ficarão, sonoramente, gravadas em nós mesmos pela eternidade, e precisaremos ser mais reais e firmes a autenticarmos sentimentos mais plenos.