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  • 15/03/2019 10:15

    “Acaso, Cristo está dividido?” (1 Coríntios 1.13)

    Tristeza. É o que Paulo sentiu em relação às divisões e contendas da Igreja em Corinto. Paulo fundou essa Comunidade e ficou lá 18 meses para ensinar e estruturar a Igreja.

    Mas daí vem a decepção. Os diversos grupos espalhados pelos bairros da cidade tinham se tornado grupos rivais. Cada grupo seguia um líder diferente e exaltava seu líder. Este é um perigo para a Igreja: o culto à personalidade do líder. Vemos isso de forma clara nos nossos dias. É comum um líder sair e levar consigo um grupo e formar sua própria Igreja. Também há pessoas que seguem e quase idolatram certo pastor ou padre, colocando-o até acima de Cristo.

    Diante de tal situação, Paulo pergunta: “Acaso, Cristo está dividido?” E diz que todos foram batizados em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Se todos foram batizados em nome do mesmo Deus, também são membros de um só corpo. Mas manter a unidade não é fácil. Exige vontade e esforço das pessoas que fazem parte da Igreja. Facilmente criam-se divisões.

    No capítulo 8 de 1 Coríntios, Paulo aborda um problema polêmico que estava causando discussão: as coisas sacrificadas a ídolos. Havia em Corinto muitas religiões que tinham cultos imorais e adoração a ídolos. E a pergunta entre os cristãos era: é proibido comer o que foi dedicado aos ídolos? E, se eu não acreditar nos ídolos, faz mal? Paulo explica que a consciência de cada pessoa, o amor e o respeito à posição dos irmãos são critérios fundamentais a levar em conta. Isso significa que cada um pode ter opiniões diversas sobre comida, bebida, cabelo, barba, roupa, diversões, liturgia e outros assuntos, mas sem imposição, condenação ou separação. Lutero tratava de tais temas como “questões secundárias” que não deviam dividir a Igreja.

    Também havia o problema da Santa Ceia. Era celebrada de maneira diferente como o fazemos hoje. Era uma janta. E, durante a janta, erguia-se o pão e o cálice, lembrando as palavras de Cristo e seu sacrifício por nós. Mas as pessoas abastadas chegavam antes, comiam e bebiam, enquanto os escravos e trabalhadores chegavam mais tarde e não tinha mais comida à mesa. A Santa Ceia tornou-se motivo de discussão e divisão. Assim também até hoje entre as Igrejas há divisão sobre a compreensão do que significa a Santa Ceia, de tal forma que em muitas Igrejas só é permitido participar da Santa Ceia se a pessoa for daquela determinada Igreja – os demais não podem.

    Cristo ensinou a importância da unidade da Igreja em sua oração missionária em João 17. Paulo também mostra a importância de manter a unidade no capítulo 12 de 1 Coríntios, quando diz: “Há muitos membros, mas um só corpo.” Deus coordenou a Igreja “para que não haja divisão no corpo; pelo contrário, cooperem os membros, com igual cuidado, em favor uns dos outros.”

    Aqui, temos que fazer uma distinção entre unidade e uniformidade. Uniformidade significa que ninguém pode discordar de absolutamente nada. Unidade significa que pode haver divergências de opinião nas “coisas secundárias”, desde que o essencial não seja distorcido. Por exemplo: nem todos precisam ir de terno e gravata na Igreja. Cada um pode usar a roupa que achar adequada, desde que seja uma roupa “decente” (1 Timóteo 2.9). Mas não pode haver opiniões divergentes sobre a salvação: ela é graça divina sempre! (Efésios 2.8).

    Não temos que concordar em tudo ou fazer tudo igual. Mas temos que amar, respeitar, colaborar. Buscar a unidade, mesmo havendo diversidade, desde que o essencial no Evangelho não seja deturpado.


    Conheça a Igreja Evangélica de Confissão Luterana em Petrópolis. 

    Avenida Ipiranga, 346.

    Cultos todos os domingos às 09:00h. Tel. 242242-1703.

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