Torcedor vê jogo do time de coração como último ato antes de eutanásia na Colômbia
Torcedor fanático do Independiente de Medellín, Sebastián Pamplona esteve no estádio Atanasio Girardot para ver o empate por 1 a 1 com o Santa Fé, no sábado, sabendo que aquele seria o último jogo da sua vida. Portador de uma doença terminal, sobre a qual não foram revelados maiores detalhes, o colombiano se guiou pela paixão dedicada ao time de coração para viver um de seus últimos atos em vida, já que decidiu ser submetido à eutanásia.
Sebástian, que se locomove com a ajuda de uma cadeira de rodas, esteve no estádio acompanhado de sua família e, de acordo com o jornal colombiano El Tiempo, percorreu diversos setores da arquibancada, sendo acolhido pelos demais torcedores em cada um deles. Foi homenageado com cânticos da torcida e ainda teve a oportunidade de se encontrar com os jogadores no gramado
A imprensa da Colômbia repercutiu o momento vivido pelo torcedor, assim como fãs de futebol nas redes sociais, mas não foi revelado quando ele será submetido ao procedimento. “Como você é corajoso, Sebas. Faça uma boa viagem e não nos abandone”, escreveu um torcedor. “Um valente”, acrescentou outro.
EUTANÁSIA E SUICÍDIO ASSISTIDO NA COLÔMBIA
A eutanásia foi legalizada na Colômbia pela Corte Constitucional, equivalente ao Supremo Tribunal Federal no Brasil, em 1995, mas a regulamentação só veio em 2015. Até aí, a prática era liberada apenas para pacientes terminais, levando em conta a liberdade individual de decidir abreviar o sofrimento de uma condição irreversível. Em 2021, a Corte Constitucional aprovou também a possibilidade de pedido de eutanásia para pessoas que não tenham doenças terminais.
No ano passado, a Colômbia removeu a penalização do suicídio assistido. Neste caso, diferentemente da eutanásia, que só pode ser conduzida por um médico, o próprio paciente poderá administrar uma droga letal com a supervisão de um profissional. Em sua mais recente decisão, a Corte também instou o Congresso a legislar sobre “o direito de morrer com dignidade” a fim de “eliminar as barreiras que ainda existem” no país.