• Sobe para 7 o nº de mortes pela PM após assassinato de soldado da Rota na Baixada Santista

  • Continua após o anúncio
  • Continua após o anúncio
  • 05/fev 15:58
    Por Ítalo Lo Re / Estadão

    A operação deflagrada pela Polícia Militar na Baixada Santista, no litoral paulista, após o assassinato de um soldado das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota) resultou em mais uma morte nesta segunda-feira, 5, de acordo com o secretário estadual da Segurança Pública, Guilherme Derrite. Com isso, subiu para sete o número de óbitos contabilizados desde sábado, 3, um dias após o agente Samuel Wesley Cosmo, de 35 anos, ser morto em Santos.

    A Secretaria da Segurança Pública afirma que as mortes ocorridas desde a última sexta-feira na Baixada Santista resultaram de confronto. No fim de julho do ano passado, o assassinato do soldado Patrick Bastos Reis, também da Rota, provocou a deflagração da primeira fase da Operação Escudo, que durou 40 dias e terminou com 28 mortes, com denúncias de entidades contra supostos casos de execução e tortura, o que foi negado pela pasta.

    No último mês, dois agentes da Rota envolvidos na ação tornaram-se réus por homicídio duplamente qualificado após a Justiça receber denúncia oferecida pelo Ministério Público (MP-SP). Eles são acusados de tampar suas câmeras corporais e plantar uma arma de fogo para forjar um confronto na Via Zilda, no Guarujá. Como mostrou o Estadão, as mortes cometidas por policiais militares e civis em serviço cresceram 39,6% no Estado de São Paulo em 2023.

    Em publicação no X (antigo Twitter), Derrite afirmou que a morte mais recente é de um homem apontado como responsável pelo tráfico no Morro São Bento, em Santos. O secretário chegou a publicar uma suposta foto da suspeito com o rosto embaçado. “Esse indivíduo da foto foi morto hoje em um confronto com a Rota porque, ao invés de se entregar, atirou contra os policiais”, disse.

    Além do óbito registrado nesta segunda-feira, outras quatro ocorrências envolvendo mortes decorrentes de intervenção policial (MDIP) ocorreram entre sábado, 3, e domingo, 4, na Baixada Santista: um delas com três óbitos e as outras com um, cada.

    Nas redes sociais, Derrite afirmou que, no caso que resultou em três mortes, equipes de Rota fizeram um cerco em pontos de fuga na Vila dos Criadores, em Santos, “quando os indivíduos atentaram contra os policiais”. “Foram apreendidas três armas, 110 porções de maconha, 76 porções de cocaína e 196 porções de crack”, escreveu.

    Em outro caso, o secretário afirmou que policiais do 3º Batalhão de Choque, em ação na Baixada Santista em apoio à Operação Verão, depararam-se com indivíduos que atiraram contra a equipe. “Um deles, com passagens por roubo e furto, foi neutralizado e evoluiu para óbito”, afirmou. Questionada pela reportagem, a secretaria não informou o local da ocorrência.

    Como mostrou o Estadão, outras duas mortes se deram em ações envolvendo policiais da Rota na madrugada deste sábado. Conforme a Secretaria da Segurança Pública, ambos os casos, um ocorrido em Santos e outro em São Vicente, decorreram de confrontos com a polícia. Em uma das ações, um policial militar de 33 anos foi atingido de raspão no braço e passou por atendimento médico na Santa Casa da cidade.

    Após a morte do soldado Samuel Wesley Cosmo, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) afirmou que a polícia paulista está empenhada em identificar os responsáveis. Outro soldado, Marcelo Augusto da Silva, de 28 anos, foi morto dias antes em Cubatão, na Baixada Santista. Já no mês passado uma soldado da PM morreu após ser atingida por disparo de arma de fogo em assalto em Parelheiros, na zona sul de São Paulo.

    O Fórum Brasileiro de Segurança Pública, entidade referência no tema, se posicionou sobre os acontecimentos recentes em nota publicada nas redes sociais. “O governador de São Paulo precisa revisar com os comandos das polícias paulistas sua política de segurança pública e fortalecer, de fato, os mecanismos de proteção dos mais 100 mil profissionais que atuam para garantir a segurança da população paulista”, disse a entidade.

    Últimas