• Possibilidade de fim da tração animal até dia 31 deixa charreteiros apreensivos

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  • 03/03/2019 12:00

    Embora oficialmente a Prefeitura ainda não tenha dado um prazo para encerrar o uso de tração animal nas charretes, representantes do governo municipal já se comprometeram com protetores de animais a acabar com a atividade até o fim desde mês. A data foi fixada em reunião com 30 pessoas que atuam na defesa dos animais, na última semana. Oficialmente, o município diz apenas que aguarda a notificação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) à Câmara dos Vereadores para enviar ao Legislativo projeto de lei regulamentando o fim. 

    Leia também: TSE confirma resultado do plebiscito e decreta o fim das charretes com tração animal 

    Ainda que o anúncio não tenha sido feito oficialmente, a citação de uma data para o término da atividade deixou os charreteiros apreensivos. Preocupados, eles cobram uma reunião com o prefeito Bernardo Rossi.  Eles querem informações sobre o futuro da categoria, que, sem as charretes, ficará sem a principal – e muitas vezes única – fonte de renda das famílias. “Estamos sofrendo humilhações e estão nos xingando nas ruas. Respeitamos o resultado do plebiscito e não somos contra o fim da atividade, mas há cerca de dois anos nos propuseram trocar as charretes de tração animal por veículos elétricos. Agora, perto de proibirem a tração animal, não definiram essa questão. O que queremos é saber como vão garantir nossos empregos”, cobrou o representante dos charreteiros, Leonardo Monteiro de Souza, 34 anos.

    Em texto divulgado à imprensa, o prefeito Bernardo Rossi garantiu que restam apenas trâmites burocráticos para que a Prefeitura determine o fim da tração animal na cidade. “Criamos ainda no ano passado um grupo de trabalho que estuda alternativas para os charreteiros e que discute também as questões de bem-estar animal e de turismo. Todos os segmentos serão contemplados”, garantiu. Segundo o governo municipal, o termo de referência obrigatório para o edital de licitação para charretes elétricas está próximo de ser concluído.

    Preocupação com o futuro

    Com 15 anos de trabalho nas vitórias turísticas, depois de substituir seu pai, que trabalhou durante 25 anos, Leonardo Monteiro diz que a categoria não é contra o fim do uso de tração animal, principalmente porque muitas pessoas já vinham hostilizando os profissionais. “Só queríamos garantias. Concordamos com uma transição como ocorreu em Paquetá, quando a Prefeitura deu os carros elétricos para os charreteiros continuarem a trabalhar. Queremos saber o que vai acontecer conosco”, disse, frisando que, na cidade, os animais são acompanhados por veterinários. 

    Segundo ele, há dez a categoria cumpre todas as determinações impostas para que continuem trabalhando, inclusive o pagamento de taxa de licença, que vigora até junho. Ele contou que um veterinário faz a avaliação dos animais, com coleta de sangue para exames periodicamente. Todos os cavalos têm microchip, são registrados e possuem todos os documentos. “Os cavalos são nossa propriedade. Temos a documentação, pagamos tudo e agora queremos saber como será”, questionou. 

    A preocupação deles é que não ocorra o mesmo que aconteceu quando acabaram com os carrinhos puxados por bodinhos, na Praça da Liberdade, com o passeio de cavalos em Nogueira e no Quitandinha. Segundo ele, as pessoas que viviam destes serviços foram impedidas de trabalhar e não lhes deram nenhuma outra opção. “Temos todas as gravações e documentos das pessoas que trabalharam para acabar com o serviço das charretes por tração animal, com as promessas feitas garantindo o nosso emprego. Se não tivermos uma respostas nem vimos atitudes concretas, não teremos outra saída senão cobrar na Justiça”, frisou Leonardo Monteiro.

    Além da incerteza sobre o futuro profissional, Leonardo Monteiro falou também da preocupação com a segurança dos profissionais, que vêm sofrendo agressões verbais. “Ficamos preocupados e chateados. Estamos trabalhando e vamos continuar enquanto nos permitirem. Não estamos fazendo nada errado. Precisamos sustentar nossas famílias. Esperamos continuar trabalhando, mas com carros elétricos ou outro tipo de veículo, para que possamos continuar mantendo nossa família”, disse o charreteiro.

    Leonardo Monteiro disse que há dez anos estão cumprindo todas as medidas a eles impostas para continuar trabalhando, inclusive o pagamento de taxa de licença, que vigora até junho. Ele contou que neste período estão pagando um veterinário para avaliar os animais, com coleta de sangue para exame. Todos os cavalos têm chip, são registrados e possuem todos os documentos. “Os cavalos são nossa propriedade, temos a documentação, pagamos tudo e agora queremos saber como será”, questionou. 


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