Bombeiros confirmam que 12 blocos de Carnaval entraram com pedido para desfilar. Cinco já foram aprovados
O Corpo de Bombeiros confirmou que 12 blocos de Carnaval deram entrada na quarta-feira (27) no pedido de licença para que possam desfilar este ano. Destes, cinco já tiveram os pedidos aprovados e os demais devem cumprir exigências até está quinta-feira (28).
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Desde segunda-feira o desfile dos blocos é motivo de muita polêmica. Em audiência na 4ª Vara Cível, o juiz Jorge Martins deu prazo para que todos requeressem a documentação necessária para os eventos e proibiu desfiles no Centro Histórico. Segundo informações de representantes dos blocos, a cobrança da documentação diretamente dos organizadores mudou uma prática que era comum até hoje, de centralizar os pedidos na Prefeitura, com quem ficava a responsabilidade de oficiar e requerer as autorizações dos demais órgãos.
Com a decisão, blocos tradicionais mudaram os planos. Horas depois da reunião, o presidente do Bloco das Piranhas, Luiz Carlos Câmara, conhecido como Miro, anunciou que o bloco, que existe há mais de 40 anos e arrasta mais de 5 mil foliões anualmente, não desfilaria este ano.
"Pareceu que todos se sentiram aliviados na hora em que eu disse que não sairia. A Prefeitura avisou em cima da hora que era minha responsabilidade arrumar toda a documentação. O bloco é grande, cerca de três mil pessoas, e eu não teria tempo para arrumar tudo o que exigiram. Além disso, o bloco tinha que acabar 23h e não poderia ocupar algumas vias. Ficou inviável para a gente, infelizmente ", lamentou.
O Vai dar M, que existe há 10 anos e fazia sua apresentação pelas ruas do Centro Histórico, decidiu concentrar sua festa em espaços privados. Segundo o presidente Eduardo Moreira, o bloco ficará na Cervejaria Bohemia no sábado de Carnaval (2) a partir das 16h.
"Nós fomos surpreendidos. Se eu descumprir, vou pagar uma multa de R$ 100 mil. Sempre nos apresentamos de forma ordeira, sem confusão. Com tudo isso que aconteceu com o Carnaval deste ano decidimos que essa será a última vez que o Vai Dar M vai desfilar", anunciou o presidente. "Tive prejuízo com abadás e vou ter que arcar com a despesa da banda. Não compensa continuar", lamentou.
Além da decisão do juiz, Eduardo também reclama as mudanças nas regras para conseguir a documentação. "Antes entrávamos com o pedido no Instituto Municipal de Cultura, que ficava responsável por conseguir a documentação dos bombeiros e da polícia. Agora, eles passaram essa responsabilidade para os blocos. O problema é que avisaram isso em cima da hora e alguns blocos não tiveram tempo para fazer isso", explicou.
Para o produtor do Vai Quem Quer, o arquiteto Luiz Amaral, os problemas aconteceram pela falta de tempo hábil para regularizar a documentação exigida. "Como fazer em 48 horas o que deveria ter sido feito em 40 dias? O Instituto Municipal de Cultura avisou em cima da hora que éramos nós que deveríamos cuidar da documentação. Foi a inércia do poder público em relação ao Carnaval que causou essas desistências", disse.