• Fevereiro Laranja: conscientização sobre leucemia também em cães e gatos

  • 22/02/2019 13:25

    Doenças que ocorrem nos seres humanos, infelizmente, também podem se desenvolver em cães e gatos. Este é o caso da leucemia, patologia cuja campanha de conscientização acontece no mês de fevereiro. O objetivo é ressaltar a importância do diagnóstico precoce, o que sempre facilita o tratamento, seja em humanos ou em animais.

    Leia também: Cavalos soltos são flagrados na Mosela: cresce o número de animais nas ruas  

    De acordo com a oncologista veterinária Carolina Israel, que atende na Clínica Amigo Bicho, o conceito de leucemia nos animais segue a mesma linha de explicação do que acontece nos seres humanos. A leucemia é um câncer. É a produção de células anormais na medula óssea. “A medula óssea é a fábrica do nosso sangue, então quando ocorre uma falha na produção de células, ocorre a leucemia. São células brancas, geralmente, que são jogadas na corrente sanguínea com tamanho e função fora do padrão”, explica.

    “Há dois tipos de leucemia em cães, a aguda e a crônica. A aguda costuma ser mais complicada, pois é tratada com quimioterapia e 25% dos pacientes respondem bem ao tratamento, justamente porque ela age em célula de reprodução rápida que é a célula da medula. Isso é bom porque combate estas células tumorais e ao mesmo tempo é ruim porque faz uma queda muito grande da imunidade e pode predispor o paciente a septicemia, o que pode levar o paciente a óbito. Na crônica, o tratamento é mais brando e os pacientes conseguem ficar bem por muito mais tempo”, compara.

    Segundo a especialista em felinos, Priscila Mesiano, em gatos, há uma variedade maior de tipos de leucemia, como a leucemia mielóide aguda, leucemia linfóide aguda, leucemia mielóide crônica, leucemia eosinofílica, leucemia basofílica, leucemia linfóide crônica e policitemia vera. Para estas patologias, é indicado tratamento de suporte, transfusões sanguíneas, em alguns casos, e quimioterapia.

    A causa das leucemias em cães e gatos não está totalmente elucidada. “Sabemos que radiação, a parte genética e algumas medicações podem influenciar, mas normalmente a leucemia acaba ocorrendo de forma espontânea, então ficamos sem ter uma forma efetiva de prevenção”, complementa a oncologista Carol Israel. Os sintomas são pouco específicos e parecidos com aspectos da gripe: dor articular, prostração, falta de apetite, emagrecimento e febre. Sinais de alerta para que o tutor encaminhe o animal ao veterinário para diagnóstico por meio de exames de sangue e punção da medula. 

    Os animais, assim como os humanos, na terceira idade, vão ficando mais predispostos a erros genéticos que causam o aparecimento do câncer. Por isso, recomenda-se a realização de exames de sangue e de imagem anuais, a partir dos oito ou nove anos. Assim, é possível detectar as doenças mais cedo e fazer um tratamento mais efetivo.

    Doenças de origem linfática ou mielóide não têm cura, por isso, é necessário o acompanhamento periódico a cada três meses inicialmente após o tratamento. Se em dois anos não há retorno do problema, o acompanhamento passa então para de seis em seis meses.

    É importante salientar que em gatos há outro tipo de doença também denominada leucemia. É a leucemia viral felina (FELV). Este caso não é um câncer e sim uma virose ou vírus. Contra esta patologia é possível prevenir com vacina, teste FIV/FELV e mantendo o animal dentro de casa, sem contato com gatos que possam ter a doença, já que é transmitida de gato para gato.

    Últimas