Mais de 700 alunos da rede municipal recebem aulas gratuitas de capoeira
“A capoeira é a atividade que mudou o dia-a-dia do meu filho. Ele participa do projeto pela Escola Municipal Paulo Freire há três anos e adora. A coordenação motora dele melhorou muito. A atenção e a didática que o professor tem fazem muita diferença. A capoeira é como se fosse uma fisioterapia para o meu filho”, explica, animada, Jussara da Glória Lima, mãe do Ivan, de 26 anos, que tem paralisia cerebral e autismo.
Ivan é um dos mais de 700 alunos que participam do Projeto Capoeira, desenvolvido em cinco escolas da rede municipal. Um dos objetivos do projeto é trabalhar a inclusão social das crianças que apresentam algum tipo de deficiência, entre elas, autismo, síndrome de down e paralisia cerebral. Neste ano, dos 700 alunos atendidos pelas aulas gratuitas de capoeira, 100 têm algum tipo de deficiência.
“O projeto tem o objetivo dar mais qualidade a vida a essas crianças. Nós focamos na questão da mobilidade e da integração social. Eu me preparei para dar aulas para as crianças especiais. Estudei muito, fiz vários cursos de especialização para inserir a capoeira na vida deles. No projeto, temos psicólogas e médicos que nos auxiliam a oferecer a atividade de uma forma mais eficaz para cada aluno”, contou o professor Evandro Fumacinha.
Segundo o professor, a prática da capoeira beneficia a coordenação motora, noção de espaço, equilíbrio, socialização, mobilidade e visão. Durante as aulas, são trabalhadas também questões pedagógicas, utilizando letras e números. Além disso, a didática dos encontros se baseia sempre na história da cultura afro-brasileira.
“A capoeira vai além de uma atividade física. Ela é um resgate da cultura afro-brasileira. Os alunos aprendem a cantar, a tocar atabaque, pandeiro e berimbau, todos na aula de ritmos que faz parte do trabalho com a capoeira”, contou o professor Fumacinha.
A ação atende aproximadamente 500 alunos do pré-escolar ao quinto ano da Escola Municipal Nilton São Thiago – Centro de Referência em Educação Integral, em Nogueira. O objetivo é que o projeto seja ampliado e atenda aos alunos até o nono ano. As aulas também acontecem em diversas outras escolas municipais.
“O projeto tem uma grande importância para nossa escola. As crianças ficam mais motivadas e as com deficiência são inseridas no convívio de todos, sem falar na questão física que auxilia demais nas crianças com paralisia”, contou a diretora da EM Nilton São Thiago, Maria Eugenia Vieira Saldanha.
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